
E aquilo foi uma coisa muito beata, com muitas velinhas e latins feitos de cera. A muito custo, a jogar em casa, até conseguimos ir a uma final, jogando numa técnica de tudo a monte e com a basófia de sermos uma das melhores coisinhas que pisavam os relvados. Que a estratégia atingiu os seus fins, não duvido, mas o resultado ficou à vista, Nossa Senhora de Fátima ficou sentida, que nestas coisas de santos, é sempre má política tentar fazer sociedades.
Desta vez a coisa foi mesmo muito do republicana e laica. Não consta que entre os jogadores houvesse juras de amor a santinhas brasileiras, nem consta que Roberto Carlos fosse a grande fonte da motivação psicológica dos nossos jogadores. A estratégia era simples: tranquilidade; fartos de ouvir sermões andavam aqueles homens o ano inteiro. Pedia-se-lhes que jogassem à bola como sabiam. E jogaram e a malta até gostou.
Pois, mas agora a gente continua a pensar, eu não acredito em bruxas, mas que se fazem bruxedos, fazem, ai lá isso fazem. Não custava nada cantar o "treze de maio" antes de cada jogo e a "alegre casinha" após cada vitória. Na verdade, só acredita na sorte quem é crente e, assim, o cu não dá com as calças; ou então, a cara com a careta.