
Que estou farto de me expiar a mim próprio, nem seria preciso dizê-lo aqui de forma tão pública; mas que as expiações continuem a correr em catadupa, umas atrás das outras, a gente até tem receio e começa a pensar se não é melhor ir pisando o risco de vez em quando, não vá esta treta expiar, ou melhor, expirar de vez.
Assim sendo, também tenho o direito a imaginar uma lista guardada num qualquer ficheiro dum espião. Que agora quem não tem uma espiadela não pode considerar-se pessoa importante. E não fica nada mal que um Zé das Expiadelas não queira também, para alimentar o ego, tornar-se em Zé das Espiadelas. Assim a modos de Ricardo Costa ou de Miguel Sousa Tavares, construir um Curriculum Speculatoris (currículo do espião) e poupar algum trabalho aos espiões e ao Orçamento de Estado.
Poderia inclusive dar algumas pistas como fontes seguras dum currículo de alto nível: membro do sociedade iniciática, com todos os rituais devidamente registados em suporte de papel, batismo, primeira comunhão, crisma e matrimónio; falta a extrema-unção, mas essa aguarda por melhores dias. Membro de três sociedades secretas, a que se acede através dum número e a que só alguns têm acesso, duas delas pertencentes ao deve e ao haver, a terceira só ao deve. Membro de um sem número de confrarias virtuais, onde só é possível entrar com password, algumas delas sediadas no estrangeiro.
Está lançado o desafio, foi você que pediu um espião?
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