
Mas não podia deixar passar em falso o comentário que recentemente ouvi a um fulano que, ostensivamente, em plena via pública, atendia o telemóvel, de modo a que todos o ouvissem, os que tivessem, ou não, ouvidos de cínico, o que não é o meu caso.
"Tá, ó minha badalhoca preferida!!!!" ...
Na suposta pocilga em que o tipo vive, e ao que parecia insinuar, qual porco de cobrição, aquela seria a que chafurdava mais.
E a gente fica-se a olhar para isto e pergunta se é só calão ou se é mais alguma coisa. Pensei em várias hipóteses e cá vão algumas delas.
Em primeiro lugar será isto o resultado direto da dita emancipação feminina, em que a fada do lar, a dona de casa, finalmente, pelo desmazelo incondicional, dá lugar à badalhoca?
Poder-se-á retirar daqui alguma leitura teológica, associada à pureza feminina, simbolizada na imagem de Maria. A religião, o dito ópio do povo, idolatrou determinados dogmas associados ao feminino para que, na realidade, pudesse colocar a mulher num plano secundário. A badalhoca, neste contexto de reação à pureza, assume um valor e importância que fazem deste cumprimento do mancebo um nobre elogio à mulher.
Também coloquei a hipótese do tipo ser poeta e ter lido recentemente as poesias eróticas do Bocage. E que andasse a treinar motes de poesia de salão. Na falta de outros conhecimentos, sempre seria melhor do que nada.
Em qualquer dos casos, a minha conclusão era sempre a mesma, mas será que o dito javardo teria mãe ou irmãs?
A suposta "miss piggy" não se incomoda com o epíteto?
Tenho uma certeza: os filhos de tais mães dirão sempre que serão as melhores mães do mundo, mas eu não trocaria.
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