Ester é uma personagem da ficção, uma jovem judia que transporta consigo todo o peso do nome da rainha Ester.
O entendimento da força simbólica desta personagem procura ir de encontro ao livro de Ester e à herança histórica que recebeu da parte de Gracia Nasi. Na verdade, uma das muitas interrogações que a Corda de Judas levanta é a de saber até onde chega a liberdade de Eva. Com efeito, a questão do messianismo pode ultrapassar o "Messias" em si mesmo entendido e centrar-se na personagem que traz o mesmo "Messias" ao mundo.
Bastaria olhar o culto mariano para notar o papel que foi dado a Maria e a importância que se atribui ao "sim". Aliás, as tentativas de olhar o papel da mulher no messianismo não são novas, a mais recente e mais popular fez dela uma descendente de Maria Madalena em loucas correrias pelos boulevard's de Paris. Até onde pode chegar a ficção descaradamente despreocupada do rigor histórico. Mas o acto da espera, se o analisarmos de forma séria, esse é essencialmente feminino e a resposta será sempre pessoal. Independentemente das convicções religiosas e do respeito que merecem todas as religiões, em "A corda de Judas Isacariotes", o Messias não nasceu por acto deliberativo, livre e consciente de Ester que disse "Não".
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