O Tribunal da Inquisição é uma das personagens colectivas da "Corda de Judas". A presença desta instituição na obra é levada a cabo por um autor que não esconde as suas convicções religiosas. Assume-se como Católico e, enquanto tal, de forma tolerante e com respeito pelas outras convicções. A abordagem desta temática é feita de forma esclarecida, sem pretender ocultar crimes, mas também sem vergonhas e, muito menos, sujeito aos lugares comuns e estereótipos que se criaram à volta desta fase da História.
Em todos os tempos e em todos lugares existiram homens a quem a intolerância cegou; do mesmo modo houve outros que foram surpreendentemente modernos. Essa é uma das maiores tragédias da História dos homens que continua sem resolução. O que seria o mundo hoje sem a intolerância entre cristãos e judeus é uma das questões que é levantada nesta obra.
Mais do que uma marca do tribunal da Inquisição destinado a assinalar todos aqueles que eram mal convertidos à fé cristã, o sambenito carrega também todo o peso dos séculos entre dois povos, duas culturas e duas religiões tão próximas e ao mesmo tempo tão distantes.
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