Até onde foi a ambição dos nossos reis e dos nossos políticos na conquista e domínio dos mares e oceanos é uma questão que ainda tem muito pano para mangas. Normalmente fala-se do domínio dos mares, mas talvez fosse apropriado referir mares e oceanos. Oceano enquanto campo vasto à aventura e à descoberta, mar enquanto espaço rodeado pelos outros.
E é este outro ou outros que nos remete para o mar por excelência, o Mediterrâneo. Os oceanos pouco nos deram, por outras palavras, uma vã glória de mandar. O mar era diferente, esse poderia não dar a glória, mas daria forçosamente o poder de mandar. É neste contexto que surge a afirmação do estreito de Messina como porta e como plataforma do domínio dos mares do turco, hoje diríamos do Islão. E é muito estranho observar este povo, o nosso, que até foi grande no oceano, mas foi tão pequenino no mar. Mesmo que ainda o tivesse tentado. A história da Sicília, e muito particularmente de Messina, no último quartel do século XVII, é uma caixinha de surpresas.
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