A presença da Obra do Resgate e a importância do capitão Barros Basto é meramente ficcional neste romance. Torna-se, no entanto, fundamental como referência para o entendimento da perseguição aos judeus sefarditas desde os tempos da Inquisição até ao Estado Novo. É a partir da "Obra de Resgate" que os marranos recomeçam a assumir-se como judeus, facto que não pode ignorar-se tendo em conta o clima de liberdade religiosa da Primeira República. É devido a este cripto-judeu e ao ambiente político-social que é construída a sinagoga Mekor HaimMekor Haim, na Rua Guerra Junqueiro, actualmente a única sinagoga do Porto.
Mas este clima de liberdade também não durou muito, o capitão terá sido vítima de Oliveira Salazar. Estes factos não interessam à acção de A Corda de Judas, nem tão pouco houve investigação nese sentido. Afirma a sua biógrafa que Barros Basto foi acusado de ser homossexual, sendo afastado do seu posto nas Forças Armadas, sem direito a uma pensão. Teria sido este um dos motivos que leva a que os progressos conseguidos pela Obra de Resgate não cheguem a bom porto. E Rebordelo, na ficção e na estória de José Mendes, continua perdido em terras de Vinhais como terra de judeus.
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