A Revista Ler deu a notícia, assinada por mim e pelo meu grande amigo Andreas Farmhouse. Trata-se única e simplesmente do primeiro passo para a concretização dum projeto que leva já uma década de tentativas sucessivamente falhadas, mas que agora, finalmente, tem solidez suficiente para ser levado a bom termo.
Foram necesssários alguns anos para que fosse possível juntar uma equipa de investigadores à altura da dificuldade da tarefa e do rigor que António Vieira exigia. Mas valeu a pena esperar para ver reunida à volta da mesma mesa gente de idades tão diferentes e com experiências tão distintas. É a intemporalidade do Jesuíta e a sensação de que, por fim, deixaria de ser propriedade de alguns para se tornar uma porta aberta à participação de todos.
Não se trata, portanto, de mais uma tentativa falhada. É importante dizer que há muito trabalho já feito e que de forma alguma será deitado ao lixo. Esta não é uma equipa de mercenários e de gente que dependa dos marasmos académicos para sobreviver. Muito pelo contrário, é gente que não pode perder mais tempo, os jovens desejam mostrar as suas capacidades de trabalho e de inovação; os mais velhos e experientes pretendem deixar uma herança que corria o risco de se perder; outros ainda, completamente livres das hierarquias académicas, desejosos que o trabalho elaborado ao longo de anos possa dar fruto.
A seara é grande e não dá só trigo. Desta forma, os trinta volumes desta monumental edição vai ganhando forma em diferentes sentidos. Da minha parte, cabe-me a tarefa de prosseguir com a vertente epistolar, que se encontra já em fase muito avançada; mas o mesmo poderá ser dito em relação aos sermões e à obra profética.
Mais do que um anúncio, é importante dizer que a notícia da Revista Ler dá conhecimento de uma composição que já está em movimento, não é propriamente um sinal de partida. Até onde se pretende levá-la e que entraves se podem colocar no seu caminho, essa é a grande incógnita.
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