Diga-se desde já que destesto ouvir insultos no futebol. Diga-se também que sou pelo Porto e abomino os FDP. Diga-se ainda que o maior insulto que se pode chamar a alguém é FDP.
E agora pergunto: por que raio de conversa as federações, as ligas, as UEFAs e as FIFAs nunca se preocuparam com os bocas de lavagem (quem não sabe o que é, lavagem é a comida que se deita aos porcos) e ficam tão chocados com os insultos racistas.
Diria mais, se alguém me chamar copinho de leite, será que a UEFA também vai punir os adeptos; se alguém chamar a um jogador urso polar, a UEFA vai punir a ofensa racista? E então: Ó albino FDP? Não se faz nada?
Imagine-se agora um insulto do género, ó lã ovelha, para seres carneiro só te falta um par de cornos; ou então, vai prá tua terra, ó esquimó do carvalhido. A lista seria interminável.
Mas o facto torna-se mais curioso quando se observa a pinta do ofendido, um tal Mario Balotelli, a quem me merece todo o respeito a nacionalidade dos pais, ganeses, mas que me levanta todas as dúvidas quanto ao local de nascimento, Palermo. Com efeito, a cara não podia dar melhor com a careta. E quando digo careta, não me refiro à cor, mas ao comportamento, a lista é interminável. Logo o menino foi o ofendido, os outros jogadores da mesma cor, a começar pelos nossos, são surdos.
Se a isto se juntar a distinta lata dum clube inglês, logo um inglês, ficar ofendido com insultos racistas, onde isto já chegou. É caso para perguntar se quem se ofende ou quem se faz ofendido ainda não se apercebeu de que o colonialismo já acabou. Mas curiosamente, e não entendo muito bem, o ofendido nasceu na Europa, foi criado na Europa, come na Europa e faz-se de virgem ofendida quando lhe chamam africano.
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