Gracia Mendes, do apelido que herdou da família Mendes, ou Gracia Nasi (Nassi) (1510-1569), é uma das figuras centaris do Judaísmo marrano português, alargando-se porteriormente ao Juadaísmo Sefardita (Península Ibérica). Esta mulher, também conhecida por "A Senhora" e imortalizada no romance de Catherine Clément, projecta-se muito para além dos negócios e da filantropia que exerceu ao contribuir para que muitos portugueses de religião judaica conseguissem fugir de Portugal no século XVI. Gracia não salvou unicamente largas centenas senão milhares de cristãos-novos, ela mesma foi uma fugitiva de Lisboa para Antuérpia, de Antuérpia para Veneza e Ferrara, de terras da Península Itálica para Constantinopla. Falta estudar mais aprofundadamente o pensamento desta mulher e a influência intelectual que exerceu em certos grupos judaicos, particularmente entre os cabalistas e milenaristas.
Sem deixar de ser um Romance de ficção, "A Corda de Judas Iscariotes" vem apontar algumas pistas importantes para o estudo deste período.
São sugestivas algumas das gravuras, particularmente dos selos e medalhões, que atestam da importância e da beleza desta mulher que pretendi projectar na imagem de Ester, uma das personagens centrais deste romance.
Uma das principais referências bibliográficas de Gracia encontra-se no livro de Ceceil Roth, Dona Gracia of the House of Nasi.
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