Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



quarta-feira, 25 de maio de 2011

Pra cá do Marão mandam os que de lá são

       Nunca o outro provérbio foi tão falso e nunca esta adaptação foi tão verdadeira.
      Começo pelo primeiro. Efectivamente, quem de lá é nada manda. E nem é que quisesse mandar, só não queria que se lhe aplicasse o velho adágio do "Ruim pássaro que nasce em ruim ninho". E não queiram chamar-me lamúrias, ainda ontem vimos o Engº Sócrates a passar por Vilar de Maçada como gato pelas brasas. Sei, a propósito, que o sino e a torre de Vilar de Maçada foram atingidos por um raio, vai para mais de um ano e não sei se foram reparados, seria esse o motivo? Raios levem o homem, não ia agravar assim tanto o calote da nação.
      Também não sei o que mandará Passos Coelho na terra. Sei que em Valnogueiras são pessoas estimadas, sempre foi aprendendo a trepar a cerejeiras, já agora também deve ter ido aos figos lampos e tenho suspeitas que deve ter comido umas boas abebras. Enfim, siga, mas que tenha sido administrador do Chaxoila, ou da barbearia do Zé do Rio ou mesmo da tasca do Murrinha, duvido. Teve obrigatoriamente de procurar outras de maior dimensão para além da malfadada montanha.
      E o mesmo poderia dizer do José Durão Barroso, do Armando Vara ou do Silva Pereira, só que não gosto de ser má língua. Porque até no mandar, o outro teve de mandar Robalos de Esmoriz.
      E eu que mando? Pois... mando nada. Mando vir uns covilhetes na Gomes e nada mais. Já algumas vezes mandei convites e informações sobre as coisas que vou escrevinhando e publicando, e que pouco ou muito vão tendo alguns comentários agradáveis, mas para lá do Marão devem ser coisa de turco ou de judeu marrano fugido, tal é o silêncio que o raio do morro impõe. Aguardo, sinceramente, que o túnel deixe passar alguma coisinha mais rasteira.
    Provado assim que está o primeiro axioma, passemos ao segundo. Que até parece que já não há salvador da Pátria que não tenha emigrado de Santa Comba uns Kilómetros mais arriba. Até já chegaram a Bruxelas, veja-se lá a raça de marranos. Perdão, marranos não, que um diz que é africano. Mas isso é ilusão e charme, o homem tem origens em Valnogueiras. Ou marranos ou dos mais genuínos lusitanos fugidos Zamora, que nem se governam nem se deixam governar, lá... mas que sempre souberam muito bem governar-se, cá...

domingo, 8 de maio de 2011

Arte de Cartas Missivas


Arte de Cartas Missivas, pp. 105-11

Resumo:  O presente artigo procura reflectir sobre a epistolografia no contexto da retórica clássica, mais especificamente sobre a retórica epistolar. Numa breve retrospectiva histórica da epistolografia ao longo da Antiguidade, Idade Média e Renascimento, interpela-se o leitor acerca dos valores do lugar epistolar na cultura contemporânea. Valorizam-se, deste modo, os princípios do modus vivendi, amicorum colloquia absentium e da cortesia epistolar, benevolentiae captatio.