Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



segunda-feira, 12 de novembro de 2012

A alegoria do devedor

Esta alegoria foi retirada, à letra, do sermão XIII do Rosário, do Padre António Vieira

    "Talentos antigamente significavam certa soma de dinheiro, grande; hoje os talentos significam préstimos; e posto que se lhes mudou a significação, não se variou o significado. Quem tem muito dinheiro, por mais inepto que seja, tem talentos, e préstimo para tudo; quem o não tem, por mais talentos que tenha, não presta para nada.
      E que fez o pobre criado vendo-se tomado, e convencido em tanto excesso de dívidas, e não só impossibilitado de cabedal para as satisfazer, mas condenado já pelo Rei a ser vendido, e passar da largueza, e senhorio do estado em que tanto luzia com o alheio, à miserável servidão de escravo?
      Convencido, e condenado o devedor, lançou-se aos pés do Rei, e disse-lhe estas breves palavras: Patientiam habe in me, et omnia reddam tibi [Mt 18, 26]; tende, Senhor, paciência para comigo, e eu vos pagarei tudo o que devo. Isto é letra por letra o que soam as palavras, nas quais se oculta um mistério, que descoberto é altíssimo. Parece que este homem havia de pedir misericórdia ao Rei, e não paciência; pois porque não pede misericórdia, nem perdão do que devia, senão a paciência do Rei somente, e debaixo dessa paciência lhe promete pagar toda a dívida: Patientiam habe in me, et omnia reddam tibi? Torno a dizer que falou altissimamente. Porque o Rei era Deus, o qual é incapaz de paciência, porque não pode padecer; e uma vez que Deus chegasse a padecer, e ter paciência, logo o servo tinha cabedal para lhe pagar toda a dívida, e muito mais." Sermão XIII do Rosário. Nota para a alegoria: O Rei / Deus é a Alemanha.

domingo, 11 de novembro de 2012

Prémio Leya 2012

Está aberta a casa de apostas para o prémio Leya 2012, que será anunciado em 14 de novembro de 2012.
As opções são várias:
- Manutenção da crise e divisão do prémio por dois anos, o que implica à casa dispor unicamente de 50000 euros por ano.
Vencedor Angolano, é o único país grande que falta, quem de dera que fosse um já aqui.
Vencedor português, e gente começou tarde e ganha 2-1. Os desempregados têm aumentado, mas já era hora duma estrelinha do continente brilhar.
O tuga do resto do mundo; há tugas espalhados por todo o mundo e alguns também devem escrever umas coisitas, mesmo que fosse desconhecido, ainda ficava bem na fotografia.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

O prémio D. Dinis.

        Para não deixar este blog entrar em avançado processo de extinção, evitar a TSU, com a qual só me saem rimas pouco convenientes, e para falar do nosso primeiro, lembrei-me agora desta polémica entre a escritora Maria Teresa Horta e a recusa de receber das mãos, ao que parece sarnentas, de Passos Coelho o prémio D. Dinis.
       Por vários lados me encontro relativamente ligado ao acontecimento, o prémio sai da minha terra, até conheço bem o local, até de vez em quando escrevinho umas coisas e só me resta, onde chega a distinta lata, de também sonhar com uma coisa daquelas. Mas a verdade é que, Casa de Mateus, só se for de compota e, mesmo essa será feita lá para o Oeste ou coisa parecida que forneça o LIDL; quanto ao vinho, já nem se fala, desde que a Sogrape lá fechou a tasca.
      Concluindo, queiramos ou não, o prémio de Mateus, pelo cardápio dos agraciados, é assim uma espécie de 10 de junho e fica mal não receber o prémio daqueles que, mal ou bem, ainda nos vão alimentando a gamela. Se assim não fosse, muito generosamente, não seria de espantar que o distinto júri estivesse a passar o cheque a um qualquer desempregado, como sucedeu recentemente no prémio Leya. Pois, mas esse é de prova cega, e o mundo é dos que dão nas vistas, seja de que maneira for.
       
     

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O limpo e o turvo

      A questão Relvas, Bolonha, equivalências, novas oportunidades, é uma questão turva e sempre será turva na medida em que não é limpa.
      Aliás, sempre que há um júri e há uma suposta individualidade pela frente, nunca há limpeza, por mais que digam que ela existe, passem o algodão e ele tem sempre lá qualquer coisinha.
      Efetivamente, situação imaculada só existe uma, a prova cega ou o exame sob anonimato. O resto, escrevam, barafustem, discutam, podem dissertar à vontade, há sempre um se...
      É inquestionável que todos devem ter acesso a novas oportunidades, é inquestionável que os senhores relvas deste país devem ter acesso e condições para o fazer, é claro. Mas nas mesmíssimas condições de exigência que foram dadas aos outros.
      Tem-se confundido aqui conhecimentos, saberes, com frequências. É evidente que há muita gente que não precisa de frequentar a Universidade para nada, antes pelo contrário, a Universidade é que tem muito a aprender com eles. Mas a prova disso não pode ser a olho, nem pelo tino. Tem de haver uma prova, um documento escrito que obrigue suas senhorias a mostrar que realmente são senhorias. E não pode ser por e-mail, tem de ser presencial, corrigido em anonimato, com a nota correspondente e todas as possibilidades de recurso que a lei permite. Um exame até pode ser elaborarado de forma a envolver mais do que uma cadeira.
     No ensino, não há lugar para deputados, nem políticos, nem famosos, só para professores e alunos, conforme a posição em que se encontrem. Quem quer canudos tem a ajoelhar e rezar.

sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Fé é que nos salva e a seleção macumbeira.

      Eu não acredito em bruxas e bruxedos, mas que se fazem, lá isso fazem. Vem isto a propóstito duma seleção comandada por um macumbeiro que nos quis impor a Nossa Senhora de Caravaggio, quando nós, em questões de nossas senhoras, somos talvez a maior potência do mundo.
    E aquilo foi uma coisa muito beata, com muitas velinhas e latins feitos de cera. A muito custo, a jogar em casa, até conseguimos ir a uma final, jogando numa técnica de tudo a monte e com a basófia de sermos uma das melhores coisinhas que pisavam os relvados. Que a estratégia atingiu os seus fins, não duvido, mas o resultado ficou à vista, Nossa Senhora de Fátima ficou sentida, que nestas coisas de santos, é sempre má política tentar fazer sociedades. 
     Desta vez a coisa foi mesmo muito do republicana e laica. Não consta que entre os jogadores houvesse juras de amor a santinhas brasileiras, nem consta que Roberto Carlos fosse a grande fonte da motivação psicológica dos nossos jogadores. A estratégia era simples: tranquilidade; fartos de ouvir sermões andavam aqueles homens o ano inteiro. Pedia-se-lhes que jogassem à bola como sabiam. E jogaram e a malta até gostou.
     Pois, mas agora a gente continua a pensar, eu não acredito em bruxas, mas que se fazem bruxedos, fazem, ai lá isso fazem. Não custava nada cantar o "treze de maio" antes de cada jogo e a "alegre casinha" após cada vitória. Na verdade, só acredita na sorte quem é crente e, assim, o cu não dá com as calças; ou então, a cara com a careta.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Folhas de 4 páginas.

    Estamos sempre a aprender, principalmente quando determinadas pessoas, quando já não têm nada para dizer, descobrem a palavra inovar.
   Vem isto a propósito das orientações escolásticas com que os professores têm sido bombardeados quando se trata dos exames das nossas criancinhas do 2º ciclo, ou dos rapazinhos e meninas do 3º, nalguns casos até do secundário. Tanto rigor e suspeitas entre os mais novos não deixa de ser caricato comparado com a baldice daquele papelucho, que mais parecia de retrete, que o engº Sócrates mandou ao prof. do ensino dito superior.
      E o rigor é tanto que a criancinha não pode confundir nada, tem de exclarecer tudo, até que a prova que realizou tinha x folhas e y páginas. Não vá o corretor, zásssssssss. aldrabar a coisa toda. E como uma coisa que eu supunha que era um caderno, na medida em que faz uma lombada, ou melhor, duas folhas que formam quatro páginas, eis que passa a ser uma folha de quatro páginas. Aquilo que era um telhadinho de duas águas, passa a ser assim uma espécie de burro de quatro patas.
    Imagino-me com um códice nas mãos e tento perceber como fazia a citação do documento. Do folio 1, teria o fr (folio de rosto) e o fv (folio verso); o problema é o folio 2, que não pode ser folio 2, porque só tenho uma folha. Como fazia então as citações da dita página 3 e 4 se a quisesse citar como folio?
     Qualquer aprendiz de tipógrafo sabe, e mesmo aqueles que o não são já observaram, que um livro tem quatro páginas impressas na mesma folha. Só que nunca ouvi ninguém a dizer que um livro de 600 páginas tem 150 folhas. Se alguém ouviu, agradeço que me corrija esta minha ignorância.

domingo, 17 de junho de 2012

Morrer por morrer, que morra o pai que é mais velho

      Vem isto a propósito das eleições gregas e da nossa situação na lista daqueles que se seguem.
      E falo na primeira pessoa para dizer que há, bem lá no fundo, um certo desejo, ou curiosidade, pelo que acontecerá se a esquerda ganhar. Para ver no que isto dá, morrer por morrer, que morra o pai que é mais velho.
      Se a coisa der para o torto, se houver refugiados nas fronteiras, se houver uma corrida aos bancos, então o Louçã que se cuide que o Zé Pacóvio não cai nessa e o Passos Coelho pode dar mais uns puxões que a malta só geme. Mas se os fulanos que ninguém conhece de lado nenhum fizerem uma limpeza e obrigarem a dita cuja a meter o rabinho entre as pernas (que estas forças de expressão pregam-nos cada partida), então é bom que estes senhores da Lusitânia Pátria, e não só, comecem a pensar em mudar de estratégia.
     Cá para os meus botões, que me estou nas tintas para os comentadores, Louçãs, Jerónimos e associados sindicais vão ganhar uma força considerável. E não sejamos hipócritas, há muita gente fartinha deste centrão, só não muda porque nem o pai morre nem a gente almoça.  

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Espiões

      Agora que anda tudo a espiolhar, que signfica olhar para os espiões; confesso que também estou como muito receio de ser expiado, por outras palavras, que me retirem todos os pecadozitos que tenho escondidos.
     Que estou farto de me expiar a mim próprio, nem seria preciso dizê-lo aqui de forma tão pública; mas que as expiações continuem a correr em catadupa, umas atrás das outras, a gente até tem receio e começa a pensar se não é melhor ir pisando o risco de vez em quando, não vá esta treta expiar, ou melhor, expirar de vez.
     Assim sendo, também tenho o direito a imaginar uma lista guardada num qualquer ficheiro dum espião. Que agora quem não tem uma espiadela não pode considerar-se pessoa importante. E não fica nada mal que um Zé das Expiadelas não queira também, para alimentar o ego, tornar-se em Zé das Espiadelas. Assim a modos de Ricardo Costa ou de Miguel Sousa Tavares, construir um Curriculum Speculatoris (currículo do espião) e poupar algum trabalho aos espiões e ao Orçamento de Estado.
     Poderia inclusive dar algumas pistas como fontes seguras dum currículo de alto nível: membro do sociedade iniciática, com todos os rituais devidamente registados em suporte de papel, batismo, primeira comunhão, crisma e matrimónio; falta a extrema-unção, mas essa aguarda por melhores dias. Membro de três sociedades secretas, a que se acede através dum número e a que só alguns têm acesso, duas delas pertencentes ao deve e ao haver, a terceira só ao deve. Membro de um sem número de confrarias virtuais, onde só é possível entrar com password, algumas delas sediadas no estrangeiro.
      Está lançado o desafio, foi você que pediu um espião?
        
     

domingo, 27 de maio de 2012

O coiso

    O coiso é um daqueles termos que facilmente poderia colocar-se no género neutro. Na verdade, este género desapareceu da nossa Língua, mas ainda mantém alguns restinhos, ou coisos. Dizemos isto, isso, aquilo, sem pretender dizer exatamente se o dito coiso pertence à carne ou ao peixe, se é macho ou fêmea, se é da esquerda ou da direita. Coiso é assim um nem aquece nem arrefece, ou nem come nem sai de cima. O coiso é o morno, o caldinho sem sal que não vai mesmo a lado nenhum. O coiso é neutro, não é vermelho nem azul, é um amarelo às riscas que não sabemos bem para que serve.
    Como diz o Quim Barreiros, mestre da Língua do coiso, "Há quem ponha a mão naquilo, há quem ponha aquilo na mão, aquilo e mais aquilo é a nossa perdição". Com o coiso acontece exatmente o mesmo, há quem não ponha a mão no coiso; há quem já nem ponha o coiso na mão, o coiso e mais o coiso deixam o país na perdição.

terça-feira, 8 de maio de 2012

A/C Manel, Maria, Mariquinhas e Zé das Couves.

Confesso que a questão dos títulos e das formas de cortesia nunca me disseram muito aos ouvidos.
Ao longo da minha vida profissional, já me chamaram de tudo, ele é stôr, professor, aplicador, vigilante, corretor, até uma antiga aluna, funcionária dum banco, no outro dia, simpaticamente, salvo seja, me chamava engenheiro.
Vem isto a propósito duma editora, chamada Leya, que muito legitimamente, na mais pura lei da concorrência, tenta seduzir os potenciais interessados na esolha dos manuais que vão ser adotados nas escolas. Diga-se também, em abono da verdade, com métodos mais claros, muito longe das propagandas médicas, sem brindes de canetas e canetinhas, calculadoras e, Deus me livre de tais pensamentos, sem ofertas de maior valor, que não passem duns fins de semana lá para as varandas dos carqueijais da Serra da Estrela.
Mas também não era preciso arrear a bandeira assim tanto. A modos da gente olhar para as caixas dos livros e ver escrito A/C Manel, A/C Maria, A/C Pais do Amaral? Será assim que lhe enviam a correspondência?
De não ser vaidoso, a ficar sem os galões todos e passar à tropa macaca, convenhamos que é justo que me dê às dores. Escrevam lá qualquer coisinha, que nestas coisas da cagança, até dispenso os títulos académicos, mas um simples Prof. chega-me perfeitamente; ou então, que destas coisas não gosto de dar nada à espanhola, ao menos, em abreviatura, um Ex.mo Sr.

domingo, 22 de abril de 2012

O Caçador de Elefantes

     
      Acho as recentes críticas ao rei Juan Carlos de Espanha muito injustas. Na verdade, só uma ignorância muito grande nestas coisas de sangue a azul é que não permite entender que o gosto pela caça corre-lhes nas veias.
     Não conheço os reis todos, longe disso, mas ocorre-me vagamente que todos eles, mais aqui, ou mais ali, todos tinham por preceito dar a sua caçada e a sua montadela. E diga-se ainda, em abono da verdade, que os reis e demais candidatos também nunca foram de grandes cerimónias quando se trata da caça. A nossa História, naquela parte que melhor conheço, está recheada de referências às caçadas dos nossos reis na famosa corte de Salvaterra, lá para os lados de Santarém. Ele eram tordos e codornizes, coelhos e perdizes, veados e javalis, e outras bicharadas munidas ou não de cornos. E não duvido que os nossos monarcas, se acaso também tivessem pisado as terras africanas, não pensariam duas vezes antes de mandar um tirinho na primeira tromba que lhes aparecesse pela frente.
Concluindo, e sendo a monarquia uma instituição que muito procura conservar as tradições que os nossos antepassados nos legaram, é como querer um jardim sem flores exigir que os reis, ou eventuais candidatos a reis, fiquem proibidos de dar ao gatilho. Muito sinceramente, acho de devemos deixar os indivíduos estoirar à vontade, com um bocadinho de compreensão de ambas as partes, até que bem podiam estoirar para o ar e com pólvora seca.

quarta-feira, 18 de abril de 2012

Os limites da democracia e da justiça

Sempre estive convencido de que Democracia e Justiça formam uma só palavra. A grande dúvida está em saber até podem ir os limites da ambas. E, muito sinceramente, o triste espetáculo que a Noruega está a dar no julgamento dum indíviduo, de que nem tão pouco fixei o nome, deveria dar espaço para uma ampla reflexão acerca dos limites da Democracia e da Justiça.
Mas parece não haver vontade em fazê-lo. Quem sou eu para o explicar, mas nada impede, em nome dessa mesma democracia, que possa expor aquilo que penso. Mesmo que isso, futuramente, me pudesse impedir de aceder a cargos que o mesmo regime democrático me impusesse, como por exemplo, jurado num tribunal.
Então, na minha modesta opinião, a democracia deveria ter os seus limites no momento em que determinados cidadãos sobrevivem à custa da democracia e da justiça. Só assim consigo entender que um tribunal não encontre meios para proibir que um monstro, um atrasado mental, um extremista, o que queiram chamar, continue a causa os maiores danos que se podem imaginar nos familiares de 70 vítimas.
Quando já não há leis que consigam proibir que isto aconteça, então o regime democrático e a justiça já não pertencem ao povo, mas às universidades, às ordens, às associações e às disciplinas de voto dos parlamentos.

terça-feira, 10 de abril de 2012

"Àquele a quem muito se deu, muito será pedido"

      Acho que a citação do Evagelho de Lucas 12,48 encaixa que nem uma luva ao senhor Dr. Mário Soares.
     Passo à exegese: "Àquele a quem muito se deu". Na verdade, até prova em contrário, ainda não sei muito bem o que o dito senhor me deu, mas sei com toda a certeza aquilo que lhe estou a dar. Vejamos, carro, motorista, quase de certeza combustível, ah!!!! já me esquecia, se calhar portagens e, pasme-se, pago-lhe as multas. Que quer o nosso ex-presidente que lhe pague mais, a biquinha na estação de serviço ou uma mijinha se o urinol também for a pagar?
     Já não há paciência depois de esgotados os direitos adquiridos!!! E passo à exegese de Lc. 12, 48, "muito será pedido."  E creia-me, senhor doutor Mário Soares, que vou ser muito comedido nos meus pedidos para tão beliscar os sacossantos direitos estabelecidos nas leis, que o senhor e os seus amigos fizeram para se recompensarem. Muito sinceramente, penso no seu motorista, o mexilhão que mais uma vez ficou entalado, com a carta apreendida. Aceitemos, deveria ter desobedecido a Vossa Excelência; e vá que não vá, pague a multa o zé pacóvio que não vai ficar mais pobre por causa disso. Agora, pergunto, muito será pedido se Vossa Ilustre Senhoria ficar sem motorista e sem automóvel do estado durante o tempo da apreensão da carta?
     Julgo que não e, aqui para nós, talvez dê para pagar a multa ou mais qualquer coisinha para ajudar o zé pacóvio a pagar a crise.

sábado, 7 de abril de 2012

As artes do não-poder. Cartas de Viera um paradigma da retórica epistolar do barroco


PREÂMBULO

O aturado trabalho de investigação conduzido por Carlos Maduro, no horizonte do epistolário de António Vieira, expressa uma contribuição decisiva para a atualização do estado da questão, com vista a uma futura edição crítica das Cartas do grande jesuíta.
Partindo do meritório esforço de João Lúcio de Azevedo, que entre 1925 e 1928 publicou três grossos tomos com 710 cartas de Vieira, naquela que é, até agora, a edição mais exustiva do longo epistolário de Vieira, Carlos Maduro alarga muito o âmbito da investigação, tendo por base não só a bibliografia publicada depois dessa data, permitindo-lhe identificar mais setenta e cinco cartas não incluídas na edição de Lúcio de Azevedo, como também por via da investigação nos fundos das nossas bibliotecas, que lhe deram o conhecimento minucioso desta face tão cativante da vida e obra de Vieira.
Nesta conformidade, o estudo de Carlos Maduro é o que até ao momento parte de uma base mais alargada do epistolário vieirino e o que, como tal, nos permite aceder a uma perspetiva mais completa das Cartas, oferecendo-nos não apenas a novidade da sua interpretação no âmbito da prática discursiva e da teoria epistolar do barroco, como também um mais pormenorizado e completo conhecimento do corpus textual.
Tratando-se de uma tese de doutoramento, não será de estranhar que as exigências do método o obriguem a uma dilucidação da tradição epistolar na cultura ocidental, de que Vieira foi por essa via parte ativa, situando a análise não tanto na perspetiva mais tradicional e comum de fonte documental para reconstrução da biografia de Vieira ou como elemento auxiliar para o estudo da sua produção literária. Surgem por isso as cartas estudadas como «paradigma da retórica epistolar do barroco», atendendo, por isso, às tão ricas como complexas questões da arte retórica, atinentes à inventio, exordio,  dispositio, lugares, narração , estilos e fins.
Mas para lá destes aspetos mais técnicos da análise da epistolografia de António Vieira, é também através dela que nos deparamos com a dimensão do seu autor como homem do mundo, com o seu cosmopolitismo, a sua rede de relações corporizada num rico e influente universo de destinatários, a riqueza intelectual manifestada nas fontes da inventio, a que acresce o interessante capítulo dedicado à dilucidação e interpretação das metáforas utilizadas por Vieira na sua escrita, traduzindo a peculiar experiência de homo viator, tantas vezes retirada da vivência da viagem marítima, da tempestada e do confronto com a «natureza dificultussíssima».
Por outro lado, a interpretação e análise das Cartas que aqui nos é dada permite também ao leitor o estabelecimento de interessantes pontos de contacto com o pensamento de Vieira e com os temas mais candentes da sua vasta obra, expressos também nos Sermões e obras proféticas. Aqui nos deparamos com o Vieira político e diplomata, seduzido com os jogos da diplomacia europeia e com a estratégia das guerras intestinas que assolavam a Europa, «sem cabeça nem união»; com o Vieira perseguido pelo Tribunal do Santo Ofício, o qual, como dizia, sendo santo pelo nome não assegurava a santidade nem a ciência aos seus juízes; pelas Cartas vemos também a sua conceção do mundo como teatro e da vida como comédia, no qual havia que representar um papel digno, com a arte e o engenho para lidar com a suspensão e a expectação; é também o Vieira seduzido pelo imaginário barroco e pelo maravilhoso cristão, tão afeito à interpretação de prodígios e presságios astrológicos, nomeadamente os que se articulavam com a interpretação do significado astrológico dos cometas, a que tanto se dedicou, sem, enfim, esquecer o Vieira visionário, o Vieira humanista, defensor da dignidade dos povos descobertos e escravizados sem título legítimo e em guerra injusta, pois que em matérias tão relavantes como as da soberania e da liberdade, colocava no mesmo plano a coroa de ouro e a coroa de penas, e como finalidade principal do império a evangelização e o ius praedicandi.

domingo, 18 de março de 2012

Vinho e enchidos Salazar

Estou muito curioso em relação ao potencial desta marca desde que a fábrica de enchidos Aleu encerrou, lançando dramaticamente mais um conjunto de trabalhadores no desemprego, e o branco da adega Cooperativa de Vila Real, vencedor do melhor vinho do mundo em prova cega, desapareceu do mercado a preço convidativo. 
Salazar, portanto, e depois de morto, só me interessa enquanto fornecedor sério de produto de qualidade capaz de combater o meu profundo regionalismo. Acho mesmo que se depara uma luta difícil para o antigo governante ou ditador, conforme os gostos, conseguir igualar em qualidade a saudosa extinta alheira Aleu ou fazer frente ao branco fresco das terras circundantes de Vila Real.
Acresce ainda uma segunda dificuldade para Salazar, mesmo que se revire na tumba as vezes que precisar, tem de lutar afincadamente contra um sério candidato na questão da alheira, trata-se, nem mais, que do fabricante "Fumeiro da Porca". O nome é bem visto, pois não se trata do caso do fumeiro resultar unicamento de porca fêmea; nem as alheiras gostam propriamente que as misturem com carne tão impura, manda a tradição judaica que sejam feitas de carnes brancas e de pão, sem essas contaminações suínas. O fumeiro é da porca, mas da Porca de Murça, animal imponente, que tanto podia ser porca como ursa, que para o caso nem interessa. A modos, diga-se também, do não menos apreciado tinto ou branco da dita Porca, que o animal, bem mungido ou bem talhado, dá sempre do melhor que pode haver.
Agora, quanto à famosa discussão da marca, cada um vai buscar à terra aquilo que tem para lhe dar nome, uns vão buscar um porco outros vão buscar um salazar. Se a diferença é grande ou pequena, isso ficará ao critério de cada um e só o saberemos depois da prova. Que vai ser interessante não duvido, imagine-se um Jerónimo a ter uma disenteria por lhe ter caído mal uma tabafeira salazarenta.  

quarta-feira, 7 de março de 2012

A socialista Ana Gomes integrou na terça-feira, em Bruxelas, um conjunto de eurodeputadas que representaram a peça de teatro Os Monólogos da Vagina

A socialista Ana Gomes integrou na terça-feira, em Bruxelas, um conjunto de eurodeputadas que representaram a peça de teatro Os Monólogos da Vagina, para alertar a sociedade para o problema da violência contra as mulheres.
«Foi só uma experiência», confessou no final a socialista aos jornalistas portugueses, preferindo destacar as «diferentes nacionalidades e orientações políticas» das eurodeputadas que deram corpo às variadas personagens e histórias da peça.
A peça galardoada Os Monólogos da Vagina, da norte-americana Eve Ensler, foi interpretada em Bruxelas, no Parlamento Europeu, por nove eurodeputadas de vários países e grupos políticos europeus.
Ana Gomes, que foi a única portuguesa que integrou o projecto, declarou que já conhecia a peça em dois registos diferentes: na primeira vez viu-a em Nova Iorque e depois em Portugal, com interpretação da «grande actriz portuguesa» Guida Maria.
(Fonte Jornal Sol)

Não quero ser puritano, e pelo facto de não o ser é que faço este comentário. Mas já que o assunto tem a ver com a eterna guerra dos sexos, apetece-me reflectir sobre a força das palavras e o caráter mais ou menos intencional com se escrevem as coisas e se dão títulos.

Ora, se a violência doméstica é para aqui chamada com este título, confesso que me ocorreu logo ver a coisa ao contrário. Os monólogos do pénis. Confesso!!! Que título horrível!! Mas se fosse, suponhamos, "As violências do caralho", admitamos que o cu daria mais com as calças.

Fui grosseiro, seja, mas chamei aos bois pelos nomes; é que, com estas modernices vocabulares, nem aos calcanhares se chega do Quim Barreiros. Há outras formas de dar nas vistas.

sábado, 3 de março de 2012

Ó isto, ó aquilo, ó aqueloutro...

Vem isto a propósito dos insultos. Os filhos das digníssimas mães, dos digníssimos pais, dos pretos, brancos e azuis (assim de repente para não ser acusado de racismo). E, como se não bastasse, agora os insultos às digníssimas esposas, ele são os empresários da noite, da rua Escura, mais conhecidos por azeiteiros e outros nomes de que o pudor e recato me manda ocultar.
E todos ouvem e calam, é verdade. Ouve e cala o Presidente da República, ouve e cala o Primeiro-ministro, ouvem e calam os polícias e juízes e, claro, ouvem e calam os pais, as mães e os professores.
Mas não tem que ser assim. Perdido o respeito, só há uma forma de o repor, e essa forma não passa pelas palavras mansas, que de mansos está o mundo cheio que baste.
Ainda há pouco, aliás, depois de ouvir já esta notícia até à exaustão; no seguimento do que tem vindo a ser feito nos últimos anos; os senhores jornaleiros, de todas as tv's, diga-se também, continuam a repetir o "ó chulo". Manda o dicionário que se dê o significado:
  1. próprio de ralé; grosseiro; rústico; soez; lascivo
  2. (Pejorativo) que vive à custa de alguém
  3. (Pejorativo) que vive à custa de alguém em troca de favores sexuais e/ou relacionamento amoroso
  4. (Pejorativo) que explora prostitutos ou prostitutas, recebendo parte do dinheiro por eles feito
  5. (Pejorativo) marido que vive à custa da mulher
Para o caso, talvez unicamente se aproxime ao significado do ponto 2, mas mesmo assim, nada que uma semana atrás das grades não tirasse a vontade a muito espertinho de voltar a repetir o dito cujo. E, por favor, não me venham dizer que isso seria voltar ao tempo do salazarismo; no mínimo, ao tempo do salazarismo, só se fosse com umas chicotadas pelo lombo abaixo.

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Quaresma

       Apeteceu-me falar do Carnaval, mas preferi esperar pela Quaresma.
       É verdade que ainda faltam duas horas. Mas muito sinceramente é a festa, sim, disse bem, a festa, que mais se enquadra no meu estado de espírito. Posso mesmo dizer que desde que um senhor chamado Sócrates tomou o poder e congelou o meu salário que nunca mais saí da Quaresma, já lá vai daqui a pouco uma década.
       E por isso, a mim, nunca mais apanharam em folias e carnavais. "Prontos", é assim mesmo, salta e folia quem ainda tem força, sabe-se lá aonde. De Quaresma ou de quarentena, conforme a fé da cada um, ficam uns outros tantos que já lhes viram o samba há muito tempo, pena que na santa democracia, mesmo os pitosgas ou bitosgas, conforme o sotaque e o grau, contribuam para que o povo nunca se engane.
      Até lá, pois, continuarei a respeitar os jejuns da sextas e o da próxima quarta, que por sinal é daqui a pouco, esperando, muito sinceramente que o Pastor Alemão não me obrigue a jejuar o resto dos dias da semana. De qualquer forma, e no pior dos casos, já levo vantagem, vou ficando treinado. 
       Procurei imagens da Quaresma, mas só aparecem fotografias do Quaresma e esse duvido que saiba o que é a Quaresma.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mario Balotelli e os insultos racistas

       Diga-se desde já que destesto ouvir insultos no futebol. Diga-se também que sou pelo Porto e abomino os FDP. Diga-se ainda que o maior insulto que se pode chamar a alguém é FDP.
     E agora pergunto: por que raio de conversa as federações, as ligas, as UEFAs e as FIFAs nunca se preocuparam com os bocas de lavagem (quem não sabe o que é, lavagem é a comida que se deita aos porcos) e ficam tão chocados com os insultos racistas.
     Diria mais, se alguém me chamar copinho de leite, será que a UEFA também vai punir os adeptos; se alguém chamar a um jogador urso polar, a UEFA vai punir a ofensa racista? E então: Ó albino FDP? Não se faz nada?
      Imagine-se agora um insulto do género, ó lã ovelha, para seres carneiro só te falta um par de cornos; ou então, vai prá tua terra, ó esquimó do carvalhido. A lista seria interminável.
     Mas o facto torna-se mais curioso quando se observa a pinta do ofendido, um tal Mario Balotelli, a quem me merece todo o respeito a nacionalidade dos pais, ganeses, mas que me levanta todas as dúvidas quanto ao local de nascimento, Palermo. Com efeito, a cara não podia dar melhor com a careta. E quando digo careta, não me refiro à cor, mas ao comportamento, a lista é interminável. Logo o menino foi o ofendido, os outros jogadores da mesma cor, a começar pelos nossos, são surdos.
     Se a isto se juntar a distinta lata dum clube inglês, logo um inglês, ficar ofendido com insultos racistas, onde isto já chegou. É caso para perguntar se quem se ofende ou quem se faz ofendido ainda não se apercebeu de que o colonialismo já acabou. Mas curiosamente, e não entendo muito bem, o ofendido nasceu na Europa, foi criado na Europa, come na Europa e faz-se de virgem ofendida quando lhe chamam africano.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Guimarães Capital Europeia da Cultura

        Tomemos uma definição de cultura aqui à mão da Wiki: Cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
      Vem isto a propósito da manifestação de cultura da travesseirada a que se assiti na TV. Sinceramente, por mais que olhe, nesta definição, não imagino onde possa enquadrar tão importante manifestação cultural. Crença? Arte? Moral?? Costume? Talvez o último. Acrescentaria costume adolescente, infantilidade.
        O que me incomoda mesmo é o que corre aqui pela net sobre o orçamento desta capital e dos nomes envolvidos para darem supostamente ideias. Não imagino por ande o resto, mas a fazer fé na badalação, a coisa tem sido assim a modos de coisa parecida a arraial minhoto.
        Mas confesso sinceramente que, para arraial minhoto e sardinha assada, não era necessário tanto gasto, bastava reservar a Quinta da Malafaia ou a Quinta de Santoinho, com ou sem Quim Barreiros, à vez. Plástica sim, mas ainda haveria qualquer coisa que enquadrar na Wiki. 
        É pena, e não só penas de gansos. Pior ainda, serão antes penas de tansos que, em nome duma suposta originalidade, que acabam por cair numa barracada sanjoanina onde realmente não se aprende nada.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Povo piegas

Somos efetivamente um povo piegas e de pieguices, finalmente estou de acordo com o nosso Primeiro Ministro.
Sempre fomos, somos e não duvido que continuaremos a ser. Nem conheço, daqueles que conheço e mal, povo mais piegas que o português.
Há coisa mais piegas que um fado cantado a meio da noite entre lágrimas do xaile da minha mãe? Apesar disso, é património cultural da Humanidade. 
Houve coisa mais piegas do que um solteirão perdido no meio dos calhaus da ponta de Sagres a ver pescar tainhas? Mas por causa disso descobrimos o mundo.
Ou indo mais atrás, há coisa mais piegas que um rei a conversar com Cristo e receber dele a promessa de que íamos dar cabo dos mouros todos. E desse encontro ainda fazemos memória na bandeira republicana.
Mas muito mais, muito mais. Vejam a pieguice de colocar um gaiteiro a tocar gaita de foles e a dançar com os índios, e deste bailarico nasce-nos um Brasil.
E porque o assunto me é muito caro e não quero se excomungado, já para não falar dum país, não de maricas, mas de marianos, agarrados às saias da mãe ao longo de toda a história,  E, apesar disso, o altar do mundo.
Finalmente está na hora de deixar de ser piegas, concordo perfeitamente e o primeiro passo, bom, o primeiro passo é olhar para a TV e começar a imitar os gregos. Queiramos ou não, os piegas também têm momentos de intervalo, mas ficam  sempre mais próximos de Ulisses e de Eneias do que de Nietzsche, Freud e Marx, e por aqui me fico.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012

Troique a FNAC por livros

Nunca entendi muito bem a razão pela qual é preciso ir à FNAC comprar um livro. Já sei, não venham com a coisinha do desconto dos livros mais a coisinha do cartão de desconto.
Quem quer desconto nem precisa de sair de casa, tem as livrarias online e quem pretende ainda maiores descontos, tem os livros usados que é a coisinha que se pode comprar usada e da maior confiança, ou seja, o livro.
Nem preciso de me queixar enquanto autor destes espaços de autêntico vampirismo cultural, particularmente em relação aos novos autores, essa é outra história. Se provas houvesse, não existe maior estupidez do que apelar à troca do livro. Ideia supina, que só pode partir dum técnico qualquer de marketing que, de leitura, deve ter unicamente a chinfrice que invade parte significativa das livrarias.
Os livros não se trocam, mesmo em tempo de crise. Compram-se, dão-se, emprestadão-se tantas vezes, mas acima de tudo os livros servem para fazer bilbiotecas. A gente até sabe que entre FNAC, IKEA, AKI e outra siglas do género, a diferença é mínima. Estas casas do efémero valorizam a banalidade em detrimento do sólido e do intemporal. Só assim se entende que se troque um móvel da madeira mais nobre por uma pasta de papel revestida de tinta plástica; só assim se entende que se troque Eça por uma treta qualquer da moda; só assim se entende que estejamos todos sentados, salvo seja, em cima de mil e uma troicas, desculpem, trocas.

domingo, 22 de janeiro de 2012

O vespeiro

      É evidente que se mandou uma biqueirada no vespeiro e agora não há mais nada a fazer senão fugir, de preferência para baixo de água.
     Por isso, Senhor Presidente, fuja enquanto é tempo. O senhor viu e calou o ataque descarado aos professores no tempo do Engº Sócrates, e até gostou, espera o quê?
      O Senhor observou toda a série de assaltos que foram feitos aos portugueses dos mais diferentes grupos sociais, viu, umas vezes disse que sim, noutras mandou alguns reparos, mas deixou passar.
      Senhor Presidente, o senhor deixou prender os ciganos, o senhor deixou prender os judeus, o senhor deixou prender os homossexuais, o senhor deixou os portugueses nas tintas uns para os outros. O senhor já não manda nada, e a razão é simples, cada um está-se marimbando para os direitos que outros continuam a perder a partir do momento que também eles foram roubados.
      Estou-me nas tintas, Senhor Presidente, para o facto da sua reforma não lhe chegar.  As vespas vão atrás de si? Olhe, fuja para o Algarve e meta-se debaixo de água, sempre tem a sorte de ter um mar mais quentinho.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Pastel de Nata

      Confesso que já tinha tido a ideia da exportação do pastel de nata, mas é que tinha mesmo. Quanto melhor não é um pastel de nata, de preferência mulatinho, ou mulatinha, conforme o caso, que uma roda michelin coberta de melaço para apanhar moscas lá da terra dos camones.
     Mas também não é preciso ser ministro de economia e ter dado aulas aos americanos, canadianos e redondezas para descobrir que levamos vantagem em todas as frentes. Há lá coisa que se compare a uma posta mirandesa (eu prefiro maronesa), ou arouquesa, comparado com um hambúrger enfiado numa bola, salvo seja, que mais parece uma daquelas coisas de slicone que agora mostram todos os dias no telejornal.
      E a lista nunca mais teria fim se fosse desfilar a série franchising's que poderíamos abrir por esse mundo fora, capaz de bater qualquer Mac, King ou KFC. Só no frango, por exemplo, conheço uma série de marcas todas elas à altura de dar churrasco aos paladares mais exigentes, seja Frango da Guia ou Guia do Frango; Pito da Guia ou Guia do Pito; Senhor Frango ou Frango do Senhor; Fogo no Churrasco ou Churrasco no Fogo, Churrasquinho Quente ou Quente no Churrasquinho, que nisto de marcas é só ter imaginação, o segredo mesmo está no molho. 
     O problema não é esse, e acho que o senhor ainda não deu conta, apesar de muito viajado, nunca vi franchising de Bolas de Berlim, alguém já viu? E depois, pois, os chineses de Macau já vão à frente e têm o negócio montado, é ir a http://www.lordstow.com/

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Os Impostos e as pin...................

    Uma pessoa que vai ganhar 45 mil euros por mês e justifica esse facto com pagamento de metade em impostos, contribuindo assim para o enquecimento do estado, ou está distraído, ou está a gozar comigo, ou faz de mim burro, e isso não admito, por muito respeito que possa ter aos seus cabelos brancos. Se a isto juntarmos a facto de ser economista, só pode estar mesmo a brincar às pi......................
     Então por que raio ajudou a baixar os salários dos outros? Triplique o meu, triplique o meu que não me importo e até lhe deixo tirar mais de metade, se isso faz enriquecer a terriola.
    Falando a sério, o país está na penúria por falta de bom senso, por falta de gente que, quando fala, seja minimamente sensata. O sociedade caminha a passos largos para um declínio muito idêntico ao do Império Romano. Já não se trata de ser, reconheço, pois há muito tempo que muita gente já não é, mas ao menos no parecer. É que, quebrado o parecer, a comédia ou a tragédia invadem a plateia. 

sexta-feira, 6 de janeiro de 2012

Os novos judeus

     E ainda dizem que a história não se repete...
     A tão badalada fuga de capitais portugueses para a Holanda só pode espantar os ilustres distraídos. Lembrando Vieira, que tão preocupado se mostrou com esta sangria, posso perguntar, mas porque não fugiram para a França, mas porque não fugiram para a Itália, mas porque não fugiram para a Alemanha? 
     A resposta continua a ser mesma, porque os piratas continuam a viver na Holanda e os portugueses em Portugal. E não me venham agora com as tretas do costume, da Inquisição, da intolerância em relação aos judeus, do atraso multi-secular. Repito, tretas, somos assim e continuaremos a sê-lo, duvido que algum dia aprendamos. 
     A receita está no velho Jesuíta, mais certeira que quantos congressos e colóquios de ilustres economistas se possam organizar, unicamente pedia que fizéssemos como eles. Eu ia um pouco mais longe, para pirata, pirata e meio. Mas que se há de fazer, temos efetivamente uma história longa, mas nada conseguimos aprender com ela.

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

O avental

Cito da definição de avental da Wikipédia:
O Avental é uma peça de vestuário exterior, utilizado para protecção dianteira da roupa. Feito habitualmente de pano, serve para proteger de nódoas, ou outro tipo de agressão exterior.
É usado em diversas profissões tais como cozinheiro e trabalhadores domésticas.
Para além de pano, os aventais podem ser feitos de borracha, para protecção contra produtos químicos; e em chumbo, para serem utilizados por técnicos de Raio-X, como protecção contra radiações. Os aventais podem dispor de bolsos, tais como os utilizados pelos sapateiros e carpinteiros, para colocação de pequenos objectos. Os aventais domésticos são, normalmente, feitos de plástico, ou PVC, para protecção contra pingos de óleo ou detergentes.
Benjamin Franklin usando um avental maçónico
O avental é também um símbolo maçónico, que simboliza o trabalho.
Bom, tenho que admitir que só não concordo com a última parte do texto. Sinceramente, não acho que o avental, no caso da maçonaria, simbolize o trabalho, trabalhar trabalho eu e não uso avental, mesmo quando a minha mulher me dá cabo do miolo por estar na cozinha com a roupa com que ando na rua, enfim...
Eu acho mesmo que o avental continua a ser o símbolo da proteção. E quem disser que não, coitado... acredita no Pai Natal, eu não, mas, pois... cada um acredita naquilo que quer.