Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

A Quaresma

       Apeteceu-me falar do Carnaval, mas preferi esperar pela Quaresma.
       É verdade que ainda faltam duas horas. Mas muito sinceramente é a festa, sim, disse bem, a festa, que mais se enquadra no meu estado de espírito. Posso mesmo dizer que desde que um senhor chamado Sócrates tomou o poder e congelou o meu salário que nunca mais saí da Quaresma, já lá vai daqui a pouco uma década.
       E por isso, a mim, nunca mais apanharam em folias e carnavais. "Prontos", é assim mesmo, salta e folia quem ainda tem força, sabe-se lá aonde. De Quaresma ou de quarentena, conforme a fé da cada um, ficam uns outros tantos que já lhes viram o samba há muito tempo, pena que na santa democracia, mesmo os pitosgas ou bitosgas, conforme o sotaque e o grau, contribuam para que o povo nunca se engane.
      Até lá, pois, continuarei a respeitar os jejuns da sextas e o da próxima quarta, que por sinal é daqui a pouco, esperando, muito sinceramente que o Pastor Alemão não me obrigue a jejuar o resto dos dias da semana. De qualquer forma, e no pior dos casos, já levo vantagem, vou ficando treinado. 
       Procurei imagens da Quaresma, mas só aparecem fotografias do Quaresma e esse duvido que saiba o que é a Quaresma.

sábado, 18 de fevereiro de 2012

Mario Balotelli e os insultos racistas

       Diga-se desde já que destesto ouvir insultos no futebol. Diga-se também que sou pelo Porto e abomino os FDP. Diga-se ainda que o maior insulto que se pode chamar a alguém é FDP.
     E agora pergunto: por que raio de conversa as federações, as ligas, as UEFAs e as FIFAs nunca se preocuparam com os bocas de lavagem (quem não sabe o que é, lavagem é a comida que se deita aos porcos) e ficam tão chocados com os insultos racistas.
     Diria mais, se alguém me chamar copinho de leite, será que a UEFA também vai punir os adeptos; se alguém chamar a um jogador urso polar, a UEFA vai punir a ofensa racista? E então: Ó albino FDP? Não se faz nada?
      Imagine-se agora um insulto do género, ó lã ovelha, para seres carneiro só te falta um par de cornos; ou então, vai prá tua terra, ó esquimó do carvalhido. A lista seria interminável.
     Mas o facto torna-se mais curioso quando se observa a pinta do ofendido, um tal Mario Balotelli, a quem me merece todo o respeito a nacionalidade dos pais, ganeses, mas que me levanta todas as dúvidas quanto ao local de nascimento, Palermo. Com efeito, a cara não podia dar melhor com a careta. E quando digo careta, não me refiro à cor, mas ao comportamento, a lista é interminável. Logo o menino foi o ofendido, os outros jogadores da mesma cor, a começar pelos nossos, são surdos.
     Se a isto se juntar a distinta lata dum clube inglês, logo um inglês, ficar ofendido com insultos racistas, onde isto já chegou. É caso para perguntar se quem se ofende ou quem se faz ofendido ainda não se apercebeu de que o colonialismo já acabou. Mas curiosamente, e não entendo muito bem, o ofendido nasceu na Europa, foi criado na Europa, come na Europa e faz-se de virgem ofendida quando lhe chamam africano.

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Guimarães Capital Europeia da Cultura

        Tomemos uma definição de cultura aqui à mão da Wiki: Cultura (do latim colere, que significa cultivar) é um conceito de várias acepções, sendo a mais corrente a definição genérica formulada por Edward B. Tylor, segundo a qual cultura é “aquele todo complexo que inclui o conhecimento, as crenças, a arte, a moral, a lei, os costumes e todos os outros hábitos e aptidões adquiridos pelo homem como membro da sociedade”.
      Vem isto a propósito da manifestação de cultura da travesseirada a que se assiti na TV. Sinceramente, por mais que olhe, nesta definição, não imagino onde possa enquadrar tão importante manifestação cultural. Crença? Arte? Moral?? Costume? Talvez o último. Acrescentaria costume adolescente, infantilidade.
        O que me incomoda mesmo é o que corre aqui pela net sobre o orçamento desta capital e dos nomes envolvidos para darem supostamente ideias. Não imagino por ande o resto, mas a fazer fé na badalação, a coisa tem sido assim a modos de coisa parecida a arraial minhoto.
        Mas confesso sinceramente que, para arraial minhoto e sardinha assada, não era necessário tanto gasto, bastava reservar a Quinta da Malafaia ou a Quinta de Santoinho, com ou sem Quim Barreiros, à vez. Plástica sim, mas ainda haveria qualquer coisa que enquadrar na Wiki. 
        É pena, e não só penas de gansos. Pior ainda, serão antes penas de tansos que, em nome duma suposta originalidade, que acabam por cair numa barracada sanjoanina onde realmente não se aprende nada.

terça-feira, 7 de fevereiro de 2012

Povo piegas

Somos efetivamente um povo piegas e de pieguices, finalmente estou de acordo com o nosso Primeiro Ministro.
Sempre fomos, somos e não duvido que continuaremos a ser. Nem conheço, daqueles que conheço e mal, povo mais piegas que o português.
Há coisa mais piegas que um fado cantado a meio da noite entre lágrimas do xaile da minha mãe? Apesar disso, é património cultural da Humanidade. 
Houve coisa mais piegas do que um solteirão perdido no meio dos calhaus da ponta de Sagres a ver pescar tainhas? Mas por causa disso descobrimos o mundo.
Ou indo mais atrás, há coisa mais piegas que um rei a conversar com Cristo e receber dele a promessa de que íamos dar cabo dos mouros todos. E desse encontro ainda fazemos memória na bandeira republicana.
Mas muito mais, muito mais. Vejam a pieguice de colocar um gaiteiro a tocar gaita de foles e a dançar com os índios, e deste bailarico nasce-nos um Brasil.
E porque o assunto me é muito caro e não quero se excomungado, já para não falar dum país, não de maricas, mas de marianos, agarrados às saias da mãe ao longo de toda a história,  E, apesar disso, o altar do mundo.
Finalmente está na hora de deixar de ser piegas, concordo perfeitamente e o primeiro passo, bom, o primeiro passo é olhar para a TV e começar a imitar os gregos. Queiramos ou não, os piegas também têm momentos de intervalo, mas ficam  sempre mais próximos de Ulisses e de Eneias do que de Nietzsche, Freud e Marx, e por aqui me fico.