Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



sexta-feira, 29 de junho de 2012

A Fé é que nos salva e a seleção macumbeira.

      Eu não acredito em bruxas e bruxedos, mas que se fazem, lá isso fazem. Vem isto a propóstito duma seleção comandada por um macumbeiro que nos quis impor a Nossa Senhora de Caravaggio, quando nós, em questões de nossas senhoras, somos talvez a maior potência do mundo.
    E aquilo foi uma coisa muito beata, com muitas velinhas e latins feitos de cera. A muito custo, a jogar em casa, até conseguimos ir a uma final, jogando numa técnica de tudo a monte e com a basófia de sermos uma das melhores coisinhas que pisavam os relvados. Que a estratégia atingiu os seus fins, não duvido, mas o resultado ficou à vista, Nossa Senhora de Fátima ficou sentida, que nestas coisas de santos, é sempre má política tentar fazer sociedades. 
     Desta vez a coisa foi mesmo muito do republicana e laica. Não consta que entre os jogadores houvesse juras de amor a santinhas brasileiras, nem consta que Roberto Carlos fosse a grande fonte da motivação psicológica dos nossos jogadores. A estratégia era simples: tranquilidade; fartos de ouvir sermões andavam aqueles homens o ano inteiro. Pedia-se-lhes que jogassem à bola como sabiam. E jogaram e a malta até gostou.
     Pois, mas agora a gente continua a pensar, eu não acredito em bruxas, mas que se fazem bruxedos, fazem, ai lá isso fazem. Não custava nada cantar o "treze de maio" antes de cada jogo e a "alegre casinha" após cada vitória. Na verdade, só acredita na sorte quem é crente e, assim, o cu não dá com as calças; ou então, a cara com a careta.

segunda-feira, 18 de junho de 2012

Folhas de 4 páginas.

    Estamos sempre a aprender, principalmente quando determinadas pessoas, quando já não têm nada para dizer, descobrem a palavra inovar.
   Vem isto a propósito das orientações escolásticas com que os professores têm sido bombardeados quando se trata dos exames das nossas criancinhas do 2º ciclo, ou dos rapazinhos e meninas do 3º, nalguns casos até do secundário. Tanto rigor e suspeitas entre os mais novos não deixa de ser caricato comparado com a baldice daquele papelucho, que mais parecia de retrete, que o engº Sócrates mandou ao prof. do ensino dito superior.
      E o rigor é tanto que a criancinha não pode confundir nada, tem de exclarecer tudo, até que a prova que realizou tinha x folhas e y páginas. Não vá o corretor, zásssssssss. aldrabar a coisa toda. E como uma coisa que eu supunha que era um caderno, na medida em que faz uma lombada, ou melhor, duas folhas que formam quatro páginas, eis que passa a ser uma folha de quatro páginas. Aquilo que era um telhadinho de duas águas, passa a ser assim uma espécie de burro de quatro patas.
    Imagino-me com um códice nas mãos e tento perceber como fazia a citação do documento. Do folio 1, teria o fr (folio de rosto) e o fv (folio verso); o problema é o folio 2, que não pode ser folio 2, porque só tenho uma folha. Como fazia então as citações da dita página 3 e 4 se a quisesse citar como folio?
     Qualquer aprendiz de tipógrafo sabe, e mesmo aqueles que o não são já observaram, que um livro tem quatro páginas impressas na mesma folha. Só que nunca ouvi ninguém a dizer que um livro de 600 páginas tem 150 folhas. Se alguém ouviu, agradeço que me corrija esta minha ignorância.

domingo, 17 de junho de 2012

Morrer por morrer, que morra o pai que é mais velho

      Vem isto a propósito das eleições gregas e da nossa situação na lista daqueles que se seguem.
      E falo na primeira pessoa para dizer que há, bem lá no fundo, um certo desejo, ou curiosidade, pelo que acontecerá se a esquerda ganhar. Para ver no que isto dá, morrer por morrer, que morra o pai que é mais velho.
      Se a coisa der para o torto, se houver refugiados nas fronteiras, se houver uma corrida aos bancos, então o Louçã que se cuide que o Zé Pacóvio não cai nessa e o Passos Coelho pode dar mais uns puxões que a malta só geme. Mas se os fulanos que ninguém conhece de lado nenhum fizerem uma limpeza e obrigarem a dita cuja a meter o rabinho entre as pernas (que estas forças de expressão pregam-nos cada partida), então é bom que estes senhores da Lusitânia Pátria, e não só, comecem a pensar em mudar de estratégia.
     Cá para os meus botões, que me estou nas tintas para os comentadores, Louçãs, Jerónimos e associados sindicais vão ganhar uma força considerável. E não sejamos hipócritas, há muita gente fartinha deste centrão, só não muda porque nem o pai morre nem a gente almoça.  

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Espiões

      Agora que anda tudo a espiolhar, que signfica olhar para os espiões; confesso que também estou como muito receio de ser expiado, por outras palavras, que me retirem todos os pecadozitos que tenho escondidos.
     Que estou farto de me expiar a mim próprio, nem seria preciso dizê-lo aqui de forma tão pública; mas que as expiações continuem a correr em catadupa, umas atrás das outras, a gente até tem receio e começa a pensar se não é melhor ir pisando o risco de vez em quando, não vá esta treta expiar, ou melhor, expirar de vez.
     Assim sendo, também tenho o direito a imaginar uma lista guardada num qualquer ficheiro dum espião. Que agora quem não tem uma espiadela não pode considerar-se pessoa importante. E não fica nada mal que um Zé das Expiadelas não queira também, para alimentar o ego, tornar-se em Zé das Espiadelas. Assim a modos de Ricardo Costa ou de Miguel Sousa Tavares, construir um Curriculum Speculatoris (currículo do espião) e poupar algum trabalho aos espiões e ao Orçamento de Estado.
     Poderia inclusive dar algumas pistas como fontes seguras dum currículo de alto nível: membro do sociedade iniciática, com todos os rituais devidamente registados em suporte de papel, batismo, primeira comunhão, crisma e matrimónio; falta a extrema-unção, mas essa aguarda por melhores dias. Membro de três sociedades secretas, a que se acede através dum número e a que só alguns têm acesso, duas delas pertencentes ao deve e ao haver, a terceira só ao deve. Membro de um sem número de confrarias virtuais, onde só é possível entrar com password, algumas delas sediadas no estrangeiro.
      Está lançado o desafio, foi você que pediu um espião?