Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



domingo, 27 de novembro de 2011

Fado, Património da Humanidade.

       Gostei, é claro que gostei. Mesmo que já não vá a maratonas de fado vadio no saudoso "Fontainhas", é lógico que batem cá no fundo as boas recordações do fado do Zé do Pistolé e da Maria Racha Azeitona, sem esquecer, é claro, o prego no pão acompanhado da redondinha de Gatão, cuja acidez me deixou incómodos, ou vai deixar, para o resto da vida, neste laboratório a que, normalmente, chamamos figadeira.
      Para não falar das lágrimas às 4 da madrugada, a ouvir o "Xaile de Minha Mãe", ou alguma boca mais despudorada a algum novato, onde também eu me poderia incluir, quando, inflamados pelo refrão, gritávamos desafinadamente: "Ai! Ai! Ai! Tudo isto realmente existiu e felizmente existe; tudo isto é triste, pois o tempo, efetivamente, em nada mudou; tudo isto é fado.
      O reconhecimento, a verdade seja dita, é merecido. Com Amália e a Casa da Mariquinhas escutada por esse mundo fora; ou mesmo com o "Avril au Portugal", mais salazarento que outra coisa, retocado depois pelo caliente do Julito. Passando com a nova gente que tem vindo a fazer um trabalho realmente digno de se lhe tirar o chapéu, o fado está aí, mais forte do que nunca. Reforçado pela tristeza dum país que definha de dia para dia, vendo sair a sua juventude; vazio no interior mas sempre repleto no litoral. Mais do que nunca, lisboetas e emigrantes, sempre iguais a nós mesmos. Talvez seja esse o segredo do fado e dos tempos auspiciosos que se lhe afiguram.  
     Proponho desde já uma nova ideia para a UNESCO: Património Doméstico da Humanidade, a mala de cartão, transfigurada, desta vez, na mala de cabine "by Ryanair".

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O país dos papagaios

       Era uma vez um país governado por papagaios.
       O povo, quando queria escolher um político para governar, escolhia um papagaio; o papagaio, quando queria formar um governo, escolhia outros papagaios, e assim sucessivamente.
      Todos estes papagaios, para além de serem aves dadas a imitações, imitavam muito bem, ou melhor, falavam muito bem e encantavam o povo.
      Por isso é que, todos aqueles que queriam treinar na profissão de papagaio, procuravam os lugares apropriados para a respectiva exibição pública.
     Uns comentavam na TV, outros desfilavam nas conferências, colóquios e nos congressos; outros ainda, participavam regularmente nos debates para os prós e para os contras. E a gente ficava babada, convencida de que os papagaios eram muito competentes. 
      Muito sinceramente, não sei o que é feito do país dos papagaios. Se ainda existe, se está a sofrer de Psitacose, também conhecida como ornitose ou febre dos papagaios. A mim, muito sinceramente, nunca me encantou semelhante criatura, mesmo não sendo propriamente um dos que morre de amores pelo "louro", claro está, com o devido respeito ao género no feminino. 
     Mas que ainda vejo por aí a esvoaçar muitos, ai isso vejo. Oh! como eles treinavam e encantavam, e agora nem alpista merecem. 

sexta-feira, 18 de novembro de 2011

O Emplastro

        Encontrei o Emplastro hoje, na TV, em hora de ponta a propósito das novidades do Dr. Duarte Lima, aquele senhor que aparece sempre na TV a ler livros de que desconhecemos o título e a tocar órgão de muitos tubos sem que, algumas vez, se ouvisse a música.
        A esta hora, já todos deram conta de que eu não queria falar do Emplastro, o que eu queria era mesmo falar do Duarte Lima.
         Mas como não sei o que deva dizer sobre o caso, Deus me livre de falsos testemunhos, prefiro interrogar-me a respeito daquela figura patusca que fica a olhar as câmaras, e digo cá para os meus botões, como é que o homem vai para Lisboa? Quem lhe paga a viagem? Quem lhe dá de comer e quem é que lhe dá de dormir.
         Às tantas por quantas, não tinha tão pouco ouvido o que a simpática jornalista ia dizendo, tão preocupado que estava em observar o sinal do emplastro e a ver se abria a boca, pensava cá com os meu botões se ainda tinha a dentadura que o Pinto da Costa lhe tinha oferecido.
       Mas, por falar nisso, onde é que eu ia, ah! Já sei! No Dr. Duarte Lima.

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

O rio Douro

       





        Continua a saga do poema sobre o rio Douro, pelo menos a falta de cuidado na forma como as coisas são citadas, vai alegrando estes dias cinzentos.
      Desta vez o poema aparece num site de casamentos, sim, casamentos. Imagine-se http://onossocasamento.pt/sites/onossocasamento.pt/files/1_4.doc.
       Em turismo de habitação, em anúncio da Câmara de Gaia por conta da mãe Joana, ainda vá que não vá, afinal o rio passa ali mesmo ao pé. Agora casamentos, mas que raio tem a ver o poema com casório, a não ser que tenha sido ideia de alguma Quinta de bodas ali para os lados de Melres.
     Que o texto tem coisinha bairrista, acho que sim; agora que possa inspirar pombinhos para noite de núpcias, juro que nem tal coisa me passou pelos neurónios.
       Perdão, me passou, não, passou ao meu heterónimo, por sinal Mário Cesariny. Nada de confusões, não o outro, que teria talento para muito mais, pelo menos, nas capelinhas do costume não lhe faltaram admiradores.
       Da minha parte, no entanto, fica aqui solene juramento, nunca escolheria tal pseudónimo, por muitos e variados motivos.
       Salva-se uma coisa, o estilo de prosa prosoema até nem fica mal de todo, o raminho é que é de muito mau gosto, poderia ao menos tirar-se uma parrinha ao natural duma talha dourada, há tantas no Porto.

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Quem são afinal os portugueses?

       A visita de Sua Excelência, o Senhor Presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, aos EUA, provavelmente com a ajuda de alguns cêntimos do meu subsídio de Natal e de férias, destinado a promover a imagem de Portugal, permitam, eu dispenso. Preferia esses cêntimos de volta ao meu bolso.
     Caramba, para não dizer outra coisa, é tempo da solidariedade lusa custar a todos. Se os senhores que vivem nas américas têm BI nacional, que tal um imposto para ajudar ao calote??? A começar, poderiam fazer uma vaquinha e pagar a deslocação de Sua Excelência.
      Se há língua, se há Camões, Vascos da Gama, ranchos floclóricos, vira minhoto, pastéis de Belém, bacalhau e Benficas, então que haja também vergonha na cara pela imagem dum país de mão estendida à Europa por andar de calças na mão.
     Eu sei que me dirão que já pagam os impostos nos países onde trabalham, que são esses países que lhes pagam a saúde e a educação e fazem as estradas por onde rolam os cadilac's. Eu sei isso muito bem. Contudo, fica no ar a pergunta, o que é uma nação: as gentes? o território?
     Se Portugal é efetivamente este retângulo europeu, habitado sensivelmente por pouco mais de 10 milhões de almas cheias de dívidas. Só me resta dizer: "Perdoai-nos, Senhor, as nossas dívidas, assim como nós perdoamos aos nossos devedores".  

domingo, 6 de novembro de 2011

O Sermão da Montanha

 O Sermão da montanha **(versão para educadores)

Naquele tempo, Jesus subiu a um monte seguido pela multidão e, sentado sobre uma grande pedra, deixou que os seus discípulos e seguidores se aproximassem.
Ele preparava-os para serem os educadores capazes de transmitir a Boa Nova a todos os homens.
Tomando a palavra, disse-lhes:
- Em verdade, em verdade vos digo:
- Felizes os pobres, porque deles é o reino dos céus.
- Felizes os que têm fome e sede de justiça, porque serão saciados.
- Felizes os misericordiosos, porque eles...?
Pedro interrompeu-o:
- Mestre, vamos ter que saber isso de cor?
André perguntou:
- É pra copiar?
Filipe lamentou-se:
- Esqueci o meu papiro!
Bartolomeu quis saber:
- Vai sair no teste?
João levantou a mão:
- Posso ir à casa de banho?
Judas Iscariotes resmungou:
- O que é que a gente vai ganhar com isso?
Judas Tadeu defendeu-se:
- Foi o outro Judas que perguntou!
Tomé questionou:
- Tem uma fórmula pra provar que isso tá certo?
Tiago Maior indagou:
- Vai contar pra nota?
Tiago Menor reclamou:
- Não ouvi nada, com esse grandalhão à minha frente!
Simão Zelote gritou, nervoso:
- Mas porque é que não dá logo a resposta e pronto!?
Mateus queixou-se:
- Eu não percebi nada, ninguém percebeu nada!
Um dos fariseus, que nunca tinha estado diante de uma multidão nem ensinado nada a ninguém, tomou a palavra e dirigiu-se a Jesus, dizendo:
- Isso que o senhor está fazendo é uma aula?
- Onde está a sua planificação e a avaliação diagnóstica?
- Quais são os objetivos gerais e específicos?
- Quais são as suas estratégias para recuperação dos conhecimentos prévios?
Caifás emendou:
- Fez uma planificação que inclua os temas transversais e as atividades integradoras com outras disciplinas?
- E os espaços para incluir os parâmetros curriculares gerais?
- Elaborou os conteúdos conceituais, processuais e atitudinais?
Pilatos, sentado lá no fundo, disse a Jesus:
- Quero ver as avaliações da primeira, segunda e terceira etapas e
reservo-me o direito de, no final, aumentar as notas dos seus discípulos para que se cumpram as promessas do Imperador de um ensino de qualidade.
- Nem pensar em números e estatísticas que coloquem em dúvida a eficácia do nosso projeto.
- E veja lá se não vai reprovar alguém!
E foi nesse momento que Jesus disse: "Senhor, por que me abandonastes..."

Este é um dos muitos textos que circulam nos e-mails, de que se deconhece, a maioria das vezes, o autor. Parabéns ao ilustre anónimo e permita a cópia.

sábado, 5 de novembro de 2011

Os impostos da China no Séc. XVII

      
               Botterus scribit, in Sinis numerari 70. Milliones hominum, quae mullitudo non est in tota Europa. Nam Italia, ut idem tradit, numeral 10. milliones, Anglia tres, Gallia 12. Germania 15. et ita consequenter. Quocirca Sinarum rex sempre in armis habet alitque decies centena millia militum. At vero Noster Nicolaus Trigautius, qui plures annos in Sinensi regno habitavit, et visa, non audita narrat, asserit lib. 1. de Expedit. Sinensi, in eo censeri supra 58. Milliones adultorum, qui regi pendant tributum. Sed in his neque mulieres, neque pueri, neque adolescentes, neque eunuchi, neque milites, neque magistratus, et litterati, aliique multi continentur, qui omnes si computentur, excedunt 250. milliones. Alápide, Commentarii in sacram scripturam, vol 6, p. 457.
          Traduzindo por miúdos, já na altura os chineses eram muitos. Contavam-se as pessoas por quem pagava impostos e, para meu espanto,estavam dispensadas as mulheres, as crianças, os adolescentes, os eunucos, os militares, os magistrados e os homens de letras.
           Boa dica para os nossos políticos... não sei, mas para lá caminhamos. Duma coisa estou certo, como sempre, paga quem trabalha. 

terça-feira, 1 de novembro de 2011

Ponta Grossa

      Obrigado a Ponta Grossa.

      Um dos bons passatempos e fonte importantíssima de conhecimento geográfico, é verificar donde nos visitam no blog. Confesso que, em questões territoriais, o que mais me desperta é, sem dúvida, o Brasil. Acabei agorinha mesmmo de receber a visita, não se sei se de homem, mulher ou jovem, oriundo de Ponta Grossa.
     E pensei cá para os meus botões: que outras terras, com nomes igualmente sonantes, não haverá naquele imenso continente. Ponta grossa, ponta fina, ponta longa e ponta curta; meia ponta, ponta inteira, ponta afiada e ponta tosca; ou então ponta rasa ou ponta cheia, ponta de bico e bico de ponta.
     Bem haja ao habitante de Ponta Grossa, se acaso se dignar a abrir este blog. Olhe, cara amiga ou caro amigo, diga qualquer coisa no comentário, nem que seja ao menos para dizer como vai por aí a Ponta Grossa. Olhe, nós por cá, já não temos ponta por onde se lhe pegue.