Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



terça-feira, 25 de outubro de 2011

Mundo velho

            Encontrei esta citação em Vieira, na Clavis Prophetarum:

            Numa carta de S. Cipriano a Demetriano, afirmava: "Deves saber que o mundo já entrou na velhice; já não se ergue com as forças com que antes se erguera nem tem aquela força e vigor com que antes se mostrava robusto. O próprio mundo já diz isto e o seu ocaso prova-se com o testemunho das coisas que vão decaindo."
            Ditas assim as coisas, no tempo do Velho S. Cipriano, que não tem nada a ver com os bruxos, o mundo estava velho. Ora, para quem não sabe, S. Cipriano é um padre a Igreja dos inícios do Cristianismo. A ser assim, como estaria hoje?00 De cócoras... Mas não restem dúvidas, está mesmo. Melhor, eu acredito que não, nós é que ficámos todos de cócoras, para não dizer doutra forma. Que, nestas coisas de posturas, desde que a Alemanha perdeu a guerra ficou tudo dito. 

sábado, 22 de outubro de 2011

Kadhafi e o Deus vingativo

    Quem ainda tiver dúvidas acerca do laicismo nas cidades ocidentais e da crescente religiosidade da cidade muçulmuna, tem na morte de Kadhafi o melhor exemplo.
     Na verdade, o Deus ocidental já não presta, tirou-nos completamente a liberdade de matar os tiranos, impede-nos de trucidar, arrastar, fotografar com modernos telemóveis a face ensaguentada dos novos cristos. E a gente fica preso à TV roidinho de inveja, e se nós também pudéssemos fazer o mesmo?
     Sem querer, somos hoje, mais do que nunca, uma das poucas chamas que ainda alimenta o espírito civilizado num mundo de loucos. Vá lá saber-se por que razão, se dum Papa que todos criticam, de meia dúzia de freirinhas que ainda continuam a rezar pela conversão dos pecadores, a gente ainda pensa que matar os tiranos é pecado, mesmo que, ainda há poucos anos, aqueles que mataram um rei gordito e comilão, chamado D. Carlos, sejam heróis da República.
    Até quando, é uma boa pergunta. E quem são os verdadeiros tiranos, é outra boa pergunta. A mim, o Kadhafi, que me lembre, nunca me fez mal nenhum. O mesmo não posso dizer de outros que vivem à minha porta, às tantas, qualquer dia, a gente ainda se converte temporariamente.

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Ainda o Prémio dos bestiais da Leya

     Há como saber os nomes dos demais finalistas? Manuel Alegre teria anunciado que houve uma "grande disputa" entre os candidatos. Obrigado.

      Esta pergunta foi colocada nos comentários e merece uma resposta pública.

       caro amigo, não me parece que algum dia saibam, pois essa tem sido sempre a política da Leya usada neste consurso, a sombra. Trata-se duma prova cega que faz dos concorrentes um bando de ceguinhos, onde me incluo eu próprio.
     Também entendi perfeitamente a disputa anunciada, no ano passado eram todos bestas, não houve prémio; este ano são todos bestiais. Mas também sei fazer contas e sei que 100000 a dividir por dois são 50000. E até prova em contrário, seguindo a velha máxima, "à mulher de César não basta ser séria, tem de parecê-lo."

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Vencedor do Prémio Leya 2011

     A minha pobre e humilde votação determinou que 50% dos votantes acertasse finalmente num escritor lusitano. Parabéns ao João Ricardo Pedro, com "O teu rosto será o último".
       Segundo Manuel Alegre, este foi um dos mais disputados prémios, bom, 160 em 2011 contra 440 em 2008, cada um faz as contas à sua maneira.
       Por fim, um pedido, não façam do prémio uma Santa Casa da Misericórdia. Um estava perdido na Amazónia e os 100000 davam-lhe um jeitinho; este, agora, escreveu o romance quando estava desempregado. Começo a pensar que o Miguel Sousa Tavares, a Inês Pedrosa e outros não concorrem ao Prémio Leya porque já ganham muito. 

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Rio Douro

      Já não é a primeira vez que este poema surge copiado na blogosfera, em páginas comerciais e agora dou com ele escancarado numa promoção comercial da responsabilidade da Câmara de Gaia. 
     Até gosto, confesso, umas vezes identificado o autor, outras como sendo de anónimo e, com alguma sorte, até passa por ser do "postador ".
    Neste caso concreto, o nome do suposto poeta está lá indicado. Mais nada além disso, até parece que tudo que se coloca na Net pertence à casa da mãe Joana. Ora imaginem que, em lugar dum desbafo sentimental a um rio, tinha saído um desabafo do género a uma loira. Que embaraços não poderiam ser criados a um homem casado, pai de filhos, que não procura chatices. Eu sei que ficção é sempre ficção, mas será que a poesia é mesmo ficção, nem Pessoa encontrou resposta que convencesse.

domingo, 2 de outubro de 2011

Padre António Vieira Completo e Inédito

       A Revista Ler deu a notícia, assinada por mim e pelo meu grande amigo Andreas Farmhouse. Trata-se única e simplesmente do primeiro passo para a concretização dum projeto que leva já uma década de tentativas sucessivamente falhadas, mas que agora, finalmente, tem solidez suficiente para ser levado a bom termo.
       Foram necesssários alguns anos para que fosse possível juntar uma equipa de investigadores à altura da dificuldade da tarefa e do rigor que António Vieira exigia. Mas valeu a pena esperar para ver reunida à volta da mesma mesa gente de idades tão diferentes e com experiências tão distintas. É a intemporalidade do Jesuíta e a sensação de que, por fim, deixaria de ser propriedade de alguns para se tornar uma porta aberta à participação de todos.
     Não se trata, portanto, de mais uma tentativa falhada. É importante dizer que há muito trabalho já feito e que de forma alguma será deitado ao lixo. Esta não é uma equipa de mercenários e de gente que dependa dos marasmos académicos para sobreviver. Muito pelo contrário, é gente que não pode perder mais tempo, os jovens desejam mostrar as suas capacidades de trabalho e de inovação; os mais velhos e experientes pretendem deixar uma herança que corria o risco de se perder; outros ainda, completamente livres das hierarquias académicas, desejosos que o trabalho elaborado ao longo de anos possa dar fruto.
     A seara é grande e não dá só trigo. Desta forma, os trinta volumes desta monumental edição  vai ganhando forma em diferentes sentidos. Da minha parte, cabe-me a tarefa de prosseguir com a vertente epistolar, que se encontra já em fase muito avançada; mas o mesmo poderá ser dito em relação aos sermões e à obra profética.
     Mais do que um anúncio, é importante dizer que a notícia da Revista Ler dá conhecimento de uma composição que já está em movimento, não é propriamente um sinal de partida. Até onde se pretende levá-la e que entraves se podem colocar no seu caminho, essa é a grande incógnita.