Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



sábado, 15 de janeiro de 2011

José Ilídio Torres - Diário de Maria Cura

     Entre muitas mudanças de hábitos que a Net trouxe, está esta possibilidade de se irem construindo tertúlias virtuais, que começando por ser virtuais, acabam por criar laços de amizade entre autores. Por isso, enquanto tiver nomes e livros para apresentar aqui dos meus amigos, vou fazê-lo com um gosto muito particular.
     O José Torres é uma personalidade muito especial, entende-se melhor quando se conhece e esse é um privilégio que não é dado a todos. Poderia aqui sugerir algumas das suas obras poéticas, mas essa não é a tendência deste blog, tendo o Torres publicado um romance.

"Diário de Maria Cura" - Sinopse

      Uma bela mulher é assassinada na noite de Carnaval. A polícia, na procura de pistas que levem ao criminoso, depara-se com um diário num site de escrita chamado Luso-Poemas, onde a falecida retrata sobre a identidade de Maria Cura uma série de relacionamentos que mantém.
Há uma pergunta sem resposta no ar:
Quem matou Maria Cura?

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Rebordelo

    Volto ao tema de Rebordelo, assunto com que iniciei este blog. Depois de alguns meses de espera, consegui finalmente estabelecer contacto com um jovem de Rebordelo que se mostrou muito interessado na leitura da Corda de Judas.
     Dedico este post aos possíveis leitores de Rebordelo que venham a procurar o blog para esclarecimento de algumas dúvidas. A eles, quero desde já pedir desculpa por algum lapso. Efectivamente não conheço Rebordelo, nunca lá estive. Se alguma falha houver, ela é em primeiro lugar fruto da ignorância e só a ficção justifica o atrevimento de falar desta terra e destas gentes desta forma.
      Tudo o que disse, ou se quiserem tudo o que imaginei foi com uma profunda admiração por todos vós, admiração pelo presente e pelo vosso passado, que tanto vos dignifica. Um muito obrigado e votos de boas leituras.
     

domingo, 9 de janeiro de 2011

Os poetas e os nossos poetas

    Manuel Alegre sempre me fez eco nos ouvidos a partir daquele poema genial da ceifeira. Acho que, independentemente das ideologias partidárias de cada um, este nome recolheu sempre uma simpatia generalizada de todos nós, conscientes de que, um político político seria diferente dum político poeta ou, se quisermos, dum poeta político.
     Estaria longe de pensar que tão ilustre personagem, num belo dia, haveria de se cruzar no meu caminho a propósito de tão malfadado Prémio Leya. Sempre falei na primeira pessoa e este testemunho vale o que vale, mas também não quero que fique no anonimato. Os homens devem ser avaliados pelos seus ideais, mas devem sujeitar-se ao julgamento dos seus actos, com especial atenção para os mais simples e curriqueiros.
    Nesta cruzada individual pelo esclarecimento das dúvidas deste enevoado prémio, tomei a inicitiva de escrever através de e-mail aos ilustres membros do júri residentes em Portugal, no caso em questão: Manuel Alegre, Prof. José Carlos Seabra Pereira e Prof. Nuno Júdice.  Surpreendentemente, recebi de imediato resposta do Prof. Nuno Júdice. Fiquei-lhe imensamente grato por ter sido sensível à minha indignação e por ser este o único documento escrito de que disponho. Não lhe agradeci esta deferência como professor, mas como poeta. Ainda acredito nos meus poetas.
    Passo a citar integralmente o e-mail:

  
     Prezado Carlos Maduro

    Tenho de facto uma ideia do seu livro, e lembro-me de ter apreciado a sua leitura, mas tendo esse prémio sido atribuído já há muito tempo escapam-me pormenores concretos do que se passou. O que lhe posso dizer, e em 2009 sucedeu o mesmo, é que o júri, para além da obra premiada, tem sugerido para publicação algumas obras que lhe pareceram ter qualidade para isso - e terá sido isso o que sucedeu no dia do anúncio, o que não significa um compromisso em editá-las, coisa que só as editoras do grupo podem (ou não) fazer. Como sabe, para além de sermos autores da Dom Quixote, nem eu nem Manuel Alegre (como nenhum outro dos colegas do júri) temos qualquer responsabilidade na política editorial do grupo Leya, pelo que essa sugestão de publicação não é mais do que isso, cabendo de facto à editora (ou editoras) do grupo tomarem essa decisão. Julgo que isso sucedeu pelo menos num caso. Claro que lamento não ter tido já uma resposta, mas não lhe posso dizer mais do que isto, e julgo que faz bem em procurar alternativas de edição porque, tanto quanto me lembro, o livro merece ser publicado.

    Com os melhores cumprimentos
       Nuno Júdice

sábado, 8 de janeiro de 2011

O Prémio Leya e Manuel Alegre

     Manuel Alegre tem vindo a fazer parte do Júri do Prémio Leya, é, inclusive, o Presidente. Julgo que ninguém qustionará a nomeação. A ser questionado seria pelo facto deste prémio ser destinado ao Romance. Conhecemos alguns trabalhos em prosa do ilustre poeta, mas...
      Provavelmente, estes membros do júri terão remunerações. Não sei... talvez gratificações...
     Partindo dos comentários que correm pelos jornais e do próprio Manuel Alegre, estas gratificações, quando existem, dizem respeito ao trabalho literário, diríamos artístico. Não me custa nada admitir que trabalho de Presidente de Júri dum prémio literário também aqui possa estar enquadrado.
     Mas tudo assim seria se o Prémio Leya fosse efectivamente um Prémio Literário que desde o início respeitasse escrupulosamente aquilo para que foi criado. E, mais uma vez, na minha opinião, e sem querer estar a fazer juízos de intenção, acho que Manuel Alegre deveria renunciar a este cargo, pois está mais uma vez envolvido numa forma disfarçada de fazer publicidade a um Grupo Editorial que lança um Prémio que na realidade não existe. 

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

Largueza

     Este post é dedicado a um amigo frequentador deste blog, o Domingos. Disse-te que em breve ia dar-te notícias, pois vou dá-las antecipadamente. O comentário ao texto da Corda de Judas é duma pessoa que conheci através aqui destas conversas e que me enviou este texto dizendo explicitamente que referisse o nome dele. Como sei que és bom transmontano e sendo ele um bom ribatejano, acho que vais gostar não só do elogio que me faz, mas principalmente a nós todos. Às vezes pensamos que o país está dividido, mas aqueles que são verdadeiramente regionalistas têm uma ideia da coesão nacional que os iluminados do centralismo de Lisboa e do Porto estão longe de entender. Aqui vai mais um comentário do autor a epopeia "Largueza", largueza de horizontes, de espírito e de verdadeiro patriotismo.


      Meu Caro Amigo

      Isto já vai atrasado... mas é actual!
      Ontem fui jantar a Vila real com um grupo de tertulianos habituais de um portal cinegético, gente de cultura que lê e escreve, além de caçar. Um deles possuidor da maior biblioteca cinegética de Portugal, talvez da Península... escritor, médico, homem de idade e de um espírito notável, como é tradição nos médicos de província!
      O tema da reunião, entre outros até de cariz gastronómico, foi o de recolher e fazer publicar um diccionário (ainda nos falta o título) dos termos cinegéticos e venatórios ou que se liguem com esta actividade, de Norte a Sul e ilhas. A diversidade e riqueza é imensa e nunca tal foi feito, sendo um contributo para a nossa cultura e língua.
      A propósito se falou no mirandês, em terras de judeus e coisas antigas, e eu aproveitei para exibir (vanitas vanitatum...) o meu recém-adquirido saber sobre estas coisas, através da leitura deste extraordinário livro "A Corda...", e encontrei nos meus confrades transmontanos, o saber e conhecimento das coisas que nele li, até sobre o ladino! É engraçado porque se referem aos judeus como "marranos", e assim pude constatar que nos meios mais improváveis (para alguns...) ainda há saberes de culturas antigas e que de facto fazem a nossa memória enquanto povo.
       Pelo menos um, leu "A Corda..." e os demais conheciam o livro e o tema, gente interessada na sua história e região.
      Bem-hajam os que se preocupam com a nossa história, o que de resto se reflecte em nós e no empreendimento que decidimos levar por diante.
    Cumprimentos a todos!

     António Luiz Pacheco







quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

As Fogaceiras

       Vai decorrer em Santa Maria da Feira uma festa em Honra do Mártir S. Sebastião. Poupo-me a falar do Santo, que admiro, pois ouvi anos a fio distintos oradores sagrados a descreverem, em tom inflamado, as virtudes do Santo e as milagrosas recuperações do corajoso soldado, hoje seria masoquista.
       Padroeiro afamado contra as pestes, junta-lhe a tradição feirense uma doçaria regional, agradável, diga-se de passagem, a que se chama fogaça. Come-se a fogaça e "zás", não entra mais a peste em nossas casas.
      Só que a peste hoje em dia mudou, há que adaptar aos tempos, a peste é quem nos governa e quem nos assalta a carteira. Eu, cá por mim, este ano não vou nessa. O Santo que me perdoe, mas enquanto não fizer outro milagre, não lhe volto a comer a fogaça. Ai, meu Deus, este Português faz de nós hereges à força.