Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



segunda-feira, 22 de abril de 2013

Fernanda Serrano, Também há dias felizes.

    Saúda-se a chegada de um livro da mais recente imperatriz da Língua Portuguesa, a atriz Fernanda Serrano.  Assim o entende o Professor Marcelo, ilustre comentador da vida nacional.
    Ontem, nos habituais comentários do Professor Marcelo, a escritora Fernanda Serrano, com o título: "Também há dias felizes", tornou-se na estrela da noite, no montinho dos livros com que o ilustre professor e político brinda o pobre povo com sugestões de leitura mais ou menos edificantes.
    Na salgalhada do costume, que nisto de televisões é como um hipermercado, vai de tudo a preço de saldo, os olhos do discernimento de sua eminência deixaram-se descair, numa meteorítica passagem, por um volume das Obras Completas dum tal Padre António Vieira, fulano mais ou menos conhecido por ser referido em discursos patrioteiros de aquém e além atlântico. 
    Nesta linha de enfado, aprouve ainda ao Professor dizer que a coisa ia ter muito volume pela frente; esperando eu, sinceramente, que lhe não cheguem à mão, pelo menos ao preço da chuva, não vá o homem lembrar-se de ler aquilo e arranjar matéria que diga alguma coisinha de realmente novo à gente Lusitana.  
     AH, esquecia-me, pois, de dar os parabéns à Fernanda, que, como é de supor, ainda não tive tempo para ler, nem tão pouco sei se alguma vez terei oportunidade. É que, na verdade, tenho andado a ler muita literatura de segunda, pelo menos assim parece no entender de muita gente que deveria ter mais algum cuidado com a forma tendenciosa e descaradamente de capelinha com que apresenta determinadas coisas e coisinhas.
    Nota, esta crónica nada tem de pessoal contra a atriz e muito menos pretende de algum modo beliscar o conteúdo do livro pelos assuntos pessoais e delicados que envolve. No entanto, a partir do momento em que determinadas figuras públicas expõem as suas vidas privadas e pretendem que essas mesmas vidas se tornem em acontecimentos nacionais, serão inevitáveis os comentários daqueles que se sentem lesados pela forma como são espoliados do direito à informação clara, credível e honesta.

domingo, 7 de abril de 2013

O Zé-Faz-Tudo

Acalmadas as poeiras da intolerância e das limitações fronteiriças mentais, sem poiso no Público e outros arautos dos sempre-os-mesmos, aqui no meu blogue, ao alcance de alguns, ao mesmo de ninguém, aqui fica para memória futura o que penso da figura tipicamente portuguesa do Zé-Faz-Tudo.


O Zé-Faz-Tudo, para quem o não conhece, é um fulano que, tendo dois dedinhos de habilidade, faz tudo. Manobra o martelo, desenrosca qualquer porca, troca fios e, imagine-se, chega mesmo a opinar sobre qualquer matéria que lhe ocorre, como sendo o mais conhecido e autorizado perito.

Diga-se, em abono da verdade, que há um Zé-Faz-Tudo em muitos de nós; eu mesmo, em arranjos domésticos, sofro dos mesmos pecadilhos do Zé-Faz-Tudo. Neste caso, o prejuízo sai-me da carteira, para não falar da vergonha de me tornar em técnico falhado, chicho esperto ou mesmo sapateiro a tocar rabecão.

Mas não se pense que o fenómeno do Zé-Faz-Tudo é coisa exclusiva de trolha, carpinteiro ou picheleiro, nada disso; o Zé-Faz-Tudo aparece-nos frequentemente em casa através da TV, da rádio e dos jornais. Encontra-se o Zé-Faz-Tudo em comentários, em debates e regularmente em diversas crónicas, nomeadamente dos semanários. Quem não está, neste momento, a ver um Zé-Faz-Tudo de estimação?

Recentemente adotei um, um daqueles que, por ter talento, ter um curso de direito, está em condições de opinar sobre tudo. No caso concreto, o dita eminência parda, dá-se ao luxo de argumentar balofamente sobre um problema que pertence ao campo específico da Linguística, mas duvida-se que sobre esta ciência tenha alguma vez lido tão pouco um opúsculo.

Apesar disso, a lábia sai-lhe, tanto pelo elogio excessivamente desmerecido, como pela crítica maledicente, a rondar uma atitude que, manda o respeito que merece enquanto autor, me prive de usar publicamente.