Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



sábado, 31 de dezembro de 2011

Adiós 2011

      Era suposto que todos os anos que passam nos deixassem saudades, quanto mais não seja, pela simples razão de aumentarem os cabelos brancos, as rugas e, para quem se preocupa mais um bocadinho, os pés de galinha. Outros fenómenos físicos haveria ainda a citar, mas a intimidade das regiões afetadas leva ao recato linguístico.
      Com este ano de 2011, só o número enviesado já assinala qualquer coisa de anormal, não sucede o mesmo. Cá por mim, nem tão pouco me lembrei dos cabelos brancos, só de pensar que o outro tinha ido mostrar sabedura e canudos aos franceses; nem me lembrei das rugas, só das lágrimas que chorei pelo kadafi; já para não dizer os pés de galinha, que é coisa em que não reparo, na verdade, incomodam-me mais as olheiras do Sr. Gaspar quando, pensativo, de mansinho, me vai passando a mão, salvo seja, pelo bolso.
      Vai-te ano e não voltes tão cedo. Eu sei que até estou a ser injusto contigo, tirando aquela facada e mais umas tantas enxaquecas, bem que poderia ser pior. Mas que se ha de fazer? 
      Resta esperar por 2012, o número em si mesmo já agrada mais. Não é que vá muito pelos caminhos da cabalística, mas agrada-me sinceramente. Doze lembra-me muita coisa: dos doze meses do anos, os doze apóstolos, as doze tribos de Israel, as 12 horas do dia, as doze casas do Zodíaco, ou os doze deuses do Olimpo, os doze profetas menores do Antigo Testamento.
     E se olharmos o encontro do número 3 (divindade) com o número 4 (materialidade), tantas outras coisas poderemos descobrir em relação ao número 12. Por isso, faço votos para que, iluminados pela troika (os três já cá estão), encontremos os quatro que nos faltam. Sinceramente, da minha parte, desconheço quem sejam os quatro magníficos que farão com que o 31 de dezembro seja um dia que detesto solenemente.

terça-feira, 20 de dezembro de 2011

Povo de emigrantes hoje como dantes

Em ano de Prémio Pessoa dado a Eduardo Lourenço, só resta mesmo aconselhar uma leitura atenta do Labirinto da Saudade, nomeadamente naquilo que a Camões diz respeito, diria melhor, naquilo que os portugueses conseguem ler tanto na obra como na personalidade do poeta da nação.
Esta pequena introdução ajudará a entender onde quero chegar. Acho uma piada formidável a estas homenagens, no caso merecida, mas que passam ao lado do pensamento dos homenageados. Nem interessa saber se eles realmente acreditaram ou ainda acreditam naquilo que escreveram; interessa, sim, saber que deduções provocaram nos seus leitores e é, neste ponto, que Eduardo Lourenço pode e deve ser considerado um dos nossos melhores pensadores.
Cá para mim, continua a ser estruturante a forma como olha um país bacoco completamente hipnotizado por uma figura e obra míticas que são Camões e "Os Lusíadas." Uma terra de ninguém, na medida em que parece não pertencer aos portugueses, mas de um grupo de senhores que, quando a coisa não vai cor-de-rosa, acenam com glória do passado e simpaticamente apelam ao põe-te a frosques.
Ora, repito, cá para mim, o herói d' "Os Lusíadas" não é Vasco da Gama. Basta conhecer um bocadinho das regras clássicas a respeito do herói épico para entender que este Gama é outra figura. O herói de "Os Lusíadas", na verdade, é O Velho Restelo. E ainda não vi, até à data, ninguém a defendê-lo.
Sem presunção, apesar dos meus 49 anos, aqui estou ao lado do homem que continua esquecido. É altura de, uma vez por todas, nos deixarmos destas ideias da glória de mandar e da vã cobiça de que é lá fora que vamos encontrar o nosso sucesso enquanto povo. Tretas... Não somos mesmo os melhores cientistas, nem os melhores empresários, nem os melhores padeiros da Venezuela. Seremos, quando muito, iguais aos outros povos.
Até à data, só conseguimos ser os primeiros na África pelo simples facto de que, em terra de cegos, quem tem um olho é rei.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

O Marimbar e o Soldado Milhões

Gostei, gostei mesmo do marimbar. A palavra foi realmente escolhida a dedo e é um excelente exemplo do marimbanço a que se presta a nossa Língua.
O que dá mesmo é a gente começar a marimbar-se. Eu, por exemplo, já comecei há muito a marimbar-me para isto tudo. Também não adiantava nada preocupar-me, ou de moca de Fafe em riste ou a marimbar. Como não fui à tropa e não sou violento, sigo alegremente o conselho do jovem, estou a marimbar-me.
Permita então, caro deputado, que me marimbe para o que diz e que me marimbe igualmente para espécie a que pertence até à quinta geração, assim nunca mais me pega o mal.
Permita ainda que lhe diga, bem haja, mas seria melhor que fosse tocar marimba, sempre marimbava doutra forma, batia com os dois pausinhos e com as bolinhas e fazia música, sempre seria mais útil. Que isto de lançar bombas atómicas na Alemanha é coisa que nem lembra ao diabo. A gente por cá só sabe mesmo é mandar foguetório, e mesmo esse já nem estoura como o dantes. Sabe, caro senhor, chamam-lhe fogo de jardim, que vem da China, e até uma jeijoada mais chispada ou um arroz de sarrabulho mais apurado leva de vantagem toda a pólvora seca que, supostamente, faria tremer as gâmbias dos banqueiros alemães.
Siga o meu conselho, quando se trata de marimbar e de estourar, ainda não há como a moda antiga, que vem dos tempos do soldado Milhões, que era meu conterrâneo e correu com eles todos, não precisamos de bombas atómicas para nada, só precisamos mesmo é de tropa macaca, de preferência com a barriga cheia de rancho.

segunda-feira, 12 de dezembro de 2011

Capitão Barros Basto

Volto segunda vez ao tema, associando-me à família e pedindo a divulgação deste caso, desejando que seja o ponto de partida para uma discussão séria do caso sefardita em Portugal.

O pedido formal para a reabilitação póstuma do militar no Exército Português deu entrada na Assembleia da República no final de Outubro, mas há vários anos que a família do Capitão luta nesse sentido.

Os descendentes de Barros Basto podem até ser indemnizados pelo Estado, num caso que conta com o total apoio de Marinho Pinto, Bastonário da Ordem dos Advogados.
O militar, popularizado como o 'Dreyfus Português', foi afastado das suas funções depois de 20 anos de serviço, por praticar actos próprios do judaísmo. Na altura, o capitão foi levado a julgamento perante o Conselho Superior de Disciplina do Exército, tendo ficado provado que o oficial cumpria vários preceitos judeus.

Barros Basto realizava operações de circuncisão a vários alunos do Instituto Teológico Israelita do Porto e saudava-os com um beijo no rosto, tal como os judeus sefarditas de Marrocos, onde se converteu à religião.Reunidas todas as provas, o Conselho declarou que Barros Basto não tinha "capacidade moral para o exercício das suas funções", suspendendo o capitão do serviço.

Mais de 70 anos depois, a família do Capitão quer que seja feita justiça.

quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Fazer Dívidas Eternamente

O que eu estudei sobre pagar dívidas
Na verdade nunca estudei nada. Aprendi o que o meu pai me ensinou, juntei-lhe o bom senso, temperado com a vergonha na cara.
E cheguei a esta conclusão digna de conferência entre os alunos mais doutos em ciência política: Quem não paga... é caloteiro. Quem não paga e deixa as dívidas para os seus descendentes é caloteiro ao quadrado. Ou seja, quem deixa dívidas ad eternum é caloteiro à quinta potência.
Na verdade, depois de muito pensar e meditar sobre a coisa, que mais não é do que pedir eternamente dinheiro sem saber como pagar, só mesmo na imaginação duma criança é que tal seria possível. A não ser que, vamos lá ser mais claros do que as brancas que cobrem cabeças com idade para ter algum juízo, o dinheiro seja roubado; ou, por milagre sei lá donde, caia da árvore das patacas.
Ora, pataqueiros há muitos, pode ser o morto que deixou uma herança; pode ser duma viúva rica a quem se deu o golpe do baú; pode ser dum trabalhinho e duma cunha por baixo da mesa, enfim, mil e uma formas de arranjar dinheiro que, não sendo propriamente roubado, cheira a mofo, para não dizer a coisa mais feia.
Vem tudo isto a propósito duma célebre frase de Salazar, ouvi dizer que era de Salazar, não tenho provas, mas pelo toque deve ser verdade. Dizia o tal economista, que ao que se sabe até dava aulas de economia, que os países são como os homens. São invejosos, são interesseiros, vigaristas e até ladrões. Um que eu conheço muito bem até foi assassino do mais reles que algum dia a Humanidade teve a infelicidade de ver. 
Quem me dera que Salazar tivesse razão, mas quem me dera, olha agora eu a individar-me eternamente com a preocupação de criança em pagar essas mesmas dívidas.
Ele há cada cabeçorra pensante!!!!!!!!!!!!!!!!!  

sábado, 3 de dezembro de 2011

Giovanni Bottero

    Giovanni Bottero (1543-1617), clérigo italiano versado também em questões políticas e de economia, deixou um livro muito interessante chamado Relationi Universali.
    Vem isto a propósito dos ataques de patriotismo que se têm observado ultimamente entre os nossos políticos, diz-se que dumas aventuras épicas de uns nossos antepassados, de quem, supostamente, nos achamos herdeiros.
    Ensinaram-nos tanta coisinha e, graças a Deus, tão exagerada ou então tão diminuta, que foi preciso chegar ao séc. XXI, e através deste mundo virtual, termos acesso a tudo o que, então, os outros europeus sabiam de nós e daquilo que tínhamos feito ou andávamos a fazer.
    E já não dá mais para encobrir, a não ser que se queira ficar no orgulhosamente sós.  Basta ir a "archive.com" e está lá tudo, perdão, quase tudo, mas não faltará muito tudo mesmo. E adeus a bibliotecas, com funcionários antipáticos que transportam nas mãos relíquias por especial favor.
     Curioso, diz Brotero que os índios do Chile só sabiam contar até cinco; Vieira acha isso uma grande vantagem, os nossos índios, supostamente os do Brasil, sabiam contar até três. Ainda por cima, por especial milagre, teriam o caminho aberto para o entendimento do nome da Santíssima Trindade, que ao dogma nem Santo Agostinho lá chegou. A mim, parece-me que já nem até um conseguimos contar, tudo que se passa à volta é negativo.
     Representará a Net o fim do INDEX, julgo que sim. Já agora, cuidado, há um outro Index, a maioria destas obras está em Latim e uma parte considerável destes textos está por traduzir.