Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



domingo, 7 de abril de 2013

O Zé-Faz-Tudo

Acalmadas as poeiras da intolerância e das limitações fronteiriças mentais, sem poiso no Público e outros arautos dos sempre-os-mesmos, aqui no meu blogue, ao alcance de alguns, ao mesmo de ninguém, aqui fica para memória futura o que penso da figura tipicamente portuguesa do Zé-Faz-Tudo.


O Zé-Faz-Tudo, para quem o não conhece, é um fulano que, tendo dois dedinhos de habilidade, faz tudo. Manobra o martelo, desenrosca qualquer porca, troca fios e, imagine-se, chega mesmo a opinar sobre qualquer matéria que lhe ocorre, como sendo o mais conhecido e autorizado perito.

Diga-se, em abono da verdade, que há um Zé-Faz-Tudo em muitos de nós; eu mesmo, em arranjos domésticos, sofro dos mesmos pecadilhos do Zé-Faz-Tudo. Neste caso, o prejuízo sai-me da carteira, para não falar da vergonha de me tornar em técnico falhado, chicho esperto ou mesmo sapateiro a tocar rabecão.

Mas não se pense que o fenómeno do Zé-Faz-Tudo é coisa exclusiva de trolha, carpinteiro ou picheleiro, nada disso; o Zé-Faz-Tudo aparece-nos frequentemente em casa através da TV, da rádio e dos jornais. Encontra-se o Zé-Faz-Tudo em comentários, em debates e regularmente em diversas crónicas, nomeadamente dos semanários. Quem não está, neste momento, a ver um Zé-Faz-Tudo de estimação?

Recentemente adotei um, um daqueles que, por ter talento, ter um curso de direito, está em condições de opinar sobre tudo. No caso concreto, o dita eminência parda, dá-se ao luxo de argumentar balofamente sobre um problema que pertence ao campo específico da Linguística, mas duvida-se que sobre esta ciência tenha alguma vez lido tão pouco um opúsculo.

Apesar disso, a lábia sai-lhe, tanto pelo elogio excessivamente desmerecido, como pela crítica maledicente, a rondar uma atitude que, manda o respeito que merece enquanto autor, me prive de usar publicamente.

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