Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



domingo, 27 de maio de 2012

O coiso

    O coiso é um daqueles termos que facilmente poderia colocar-se no género neutro. Na verdade, este género desapareceu da nossa Língua, mas ainda mantém alguns restinhos, ou coisos. Dizemos isto, isso, aquilo, sem pretender dizer exatamente se o dito coiso pertence à carne ou ao peixe, se é macho ou fêmea, se é da esquerda ou da direita. Coiso é assim um nem aquece nem arrefece, ou nem come nem sai de cima. O coiso é o morno, o caldinho sem sal que não vai mesmo a lado nenhum. O coiso é neutro, não é vermelho nem azul, é um amarelo às riscas que não sabemos bem para que serve.
    Como diz o Quim Barreiros, mestre da Língua do coiso, "Há quem ponha a mão naquilo, há quem ponha aquilo na mão, aquilo e mais aquilo é a nossa perdição". Com o coiso acontece exatmente o mesmo, há quem não ponha a mão no coiso; há quem já nem ponha o coiso na mão, o coiso e mais o coiso deixam o país na perdição.

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