Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



sexta-feira, 26 de novembro de 2010

A Confissão do Imprimor

       Vieira é Vieira por esta interrogação constante, por vezes nem deixa pensar em mais nada, tudo parte dele e regressa à mesma fonte. Depois de passar várias vezes por este texto, uma carta escrita ao Marquês de Nisa em 22 de Junho de 1648, enviada de Haia, deparo-me com este título daquilo que seria supostamente um livro ou algum manuscrito com ideias de o ser, com o título de A Confissão do Imprimor.
       A este respeito, afirmava o Jesuíta: "A Confissão do Imprimor, como tinha nome de confissão, foi proibida pelos Estados, cousa desusada na liberdade destes países, e assim se não acha facilmente; anda-se fazendo diligências; se vier, irá neste correio, e se não, não faltará no outro. Também saiu a Absolvição em flamengo; espera-se que saia traduzida e irá também."
      O texto, à primeira vista, aparenta pouco dizer. Numa pesquisa pela Net, não vejo sinais da referida obra, mas a sinceridade e realismo vieiranos fizeram de imediato disparar a minha costela de católico desavergonhado. Supunha eu, como tão magistralmente ensinam os nossos historiadores, que isto de índex, intolerância e perseguição religiosa era exclusivo da raça católica. E até o homem da sotaina negra, coitado, muito ingenuamente, fica admirado quando diz "cousa desusada na liberdade destes países".
      Afirmar que Vieira está mentir não me leva, muito sinceramente, a acreditar. Na verdade, nunca fui nas cantigas da suposta liberdade, ou mesmo liberalidade dos povos do norte da Europa, não gosto deles e pronto. Cristo também tinha o Apóstolo amado. A intolerância, afirmo na Corda de Judas, é própria do coração dos homens de má vontade, sejam eles de que nacionalidade ou credo forem. Essa é a verdade em que acredito, a outra vem das modas e da ideologia dos historiadores.




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