Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



quinta-feira, 10 de junho de 2010

10 de Junho

     Assisti de fugida aos discursos. Sempre os mesmos ao herói e ao poeta. Diria ao génio, ao visionário. Mas, por favor, parem com os lugares comuns. Os Lusíadas não são uma epopeia, nunca o foram. Os Lusíadas são um poema elegíaco como moribundo tem sido este país desde então.
     Abram os olhos, procurem as verdadeiras fontes, elas estão lá todas, mas devem ser lidas nos comentários do poeta. Senhor Presidente da República, professor Aníbal Cavaco Silva, senhor Primeiro Ministro, Engº José Sócrates, peguem no poeta, façam dele o livro de cabeceira, durmam cada noite sobre uma estância. Humildemente, proponho para o dia de hoje a seguinte, rezemos então:

Fazei, Senhor, que nunca os admirados
Alemães, Galos, Ítalos e Ingleses,
Possam dizer que são pera mandados,
Mais que pera mandar, os Portugueses.
Tomai conselho só de experimentados,
Que viram largos anos, largos meses, 
Que, posto que em cientes muito cabe,
Mais em particular o experto sabe.
(Camões)

Assim seja.

1 comentário:

  1. A Luís de Camões

    Sem cólera nem mágoa arromba o tempo
    As heróicas espadas. Pobre e triste
    À nostálgica pátria regrediste
    Pra com ela morrer nesse momento,
    O capitão, no mágico deserto.
    Tinha-se a flor de Portugal perdido
    E o áspero espanhol, antes vencido,
    Ameaçava o seu costado aberto.
    Quero saber se aquém da derradeira
    Margem compreendeste humildemente
    Que o império perdido, o Ocidente
    E o Oriente, o aço e a bandeira,
    Perduraria (alheio a toda a humana
    Mudança)em tua Eneida lusitana.

    Jorge Luís Borges (Teorema, Out.1998, II vol., pag. 207.

    Vejo que o costado aberto se estendia já nessa altura (do tal poeta pobre e triste e re-tornado) a Alemães, Galos, Italos e Ingleses... poderemos acrescentar nos dias de hoje a Gregos, Irlandeses, Belgas, Chineses, Venezolanos, Angolanos, e outros que por economia de espaço e por esforço em não abusar da paciência de ninguém me furto a referir. Mais paradoxal notamos que, como na fábula de peles de animais herbívoros, carnívoros e de enganos, não se distinguem os costados abertos dos costados que atacam.

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