Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



domingo, 28 de novembro de 2010

Seremos efectivamente o Quinto Império do Mundo

Sinceramente, depois desta deliciosa anedota, genuinamente portuguesa, só nos resta acreditar que somos efectivamente o Quinto Império do Mundo.

Um alemão, um francês, um inglês e um português apreciam o quadro de Adão e Eva no Paraíso.

O alemão comenta:
- Olhem que perfeição de corpos:
Ela, esbelta e espigada;
Ele, com este corpo atlético, os músculos perfilados.
Devem ser alemães.

Imediatamente, o francês contesta :
- Não acredito. É evidente o erotismo que se desprende das figuras:
Ela, tão feminina,
Ele, tão masculino,
Sabem que em breve chegará a tentação.
Devem ser franceses.

Movendo negativamente a cabeça o inglês comenta :
- Que nada! Notem a serenidade dos seus rostos, a delicadeza da pose, a sobriedade do gesto.
Só podem ser ingleses.

Depois de alguns segundos mais, de contemplação silenciosa,
o português declara :
- Não concordo. Olhem bem:
não têm roupa,
não têm sapatos,
não têm casa,
tão na merda,
Só têm uma única maçã para comer.
Mas não protestam ,
só pensam em sexo, e pior,
acreditam que estão no Paraíso .
Só podem ser portugueses

5 comentários:

  1. O maior Prémio Literário de Língua Portuguesa não tem vencedor este ano! Deve ser o efeito da crise!
    A Crise anda a afectar a criatividade e a "capacidade estilística" dos nossos autores literários.
    Será possível que com 325 obras a concurso o conceituado júri não tenha considerado nenhuma delas com valor suficiente para atribuir os 100.000 euros do prémio Leya 2010?
    Não terão sido antes os efeitos "económicos" da crise a ditar esta imposição por parte dos responsáveis do grupo Leya aos membros do digníssimo júri?

    Cheira a história mal contada...

    Aqui vos deixo o "comunicado" do júri, dotado de uma "superior composição narrativa" e sem qualquer ponta de "fragilidade estilística":


    Prémio Leya 2010: comunicado do júri
    29 Nov 2010

    Segunda-feira, 29 de Novembro - 18:00

    O Júri do Prémio LeYa reuniu esta tarde na sede da editora, em Alfragide, para deliberar sobre a atribuição do Prémio relativo a 2010.
    Perante originais que, apesar de algumas potencialidades, se apresentam prejudicados por limitações na composição narrativa e por fragilidades estilísticas, o Júri entendeu que as obras a concurso não correspondem à importância e ao prestígio do Prémio LeYa no âmbito das literaturas de língua portuguesa. Em consequência, e de acordo com a alínea f) do art.º 9 do respectivo Regulamento, decidiu por unanimidade não atribuir o Prémio LeYa referente ao ano de 2010.

    Alfragide, 29 de Novembro de 2010

    Assinado, por esta ordem:

    Manuel Alegre
    Carlos Heitor Cony
    Rita Chaves
    Lourenço do Rosário
    Nuno Júdice
    Artur Pestana (Pepetela)
    José Carlos Seabra Pereira

    Nota: face ao teor do comunicado acima transcrito, fica assim desconvocada a sessão marcada para amanhã, 30 de Novembro, às 16h30, na qual seria anunciada a obra vencedora.

    Para mais informações, por favor contacte premioleya@leya.com

    http://www.leya.com/noticias/

    PS: A montanha pariu um rato!!!!!

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  2. Caro Artur,

    É possível que tenha razão naquilo que diz, mas a verdade é que o Prémio cheira a esturro há muito tempo.
    Basta ler o que se passou comigo para perceber que não eram comentários de resposta de mau pagador, pena que a minha indignação não tenha tido a solidariedade de poessoas e instituições que o deveriam ter feito.

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  3. A anedota: boa e bem contada.
    O prémio: não faço ideia, nunca concorri, no primeiro ano por não ter nada adequado, depois por aquilo que tinha não corresponder ao perfil premiado. Pela minha parte, parabéns aos vencedores dos anos anteriores, paciência ao não-premiado deste ano. É a vida, perde-se frequentemente, raramente se ganha, há que continuar a tentar e, sobretudo, a trabalhar.Acumulo já umas tantas derrotas em concursos, embora me console, num caso ou noutro, por não conseguir escrever merda daquela. Ainda:
    http://jose-catarino.blogspot.com/2010/07/punhetas-grilos.html

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  4. Amigo Cipriano, eu confesso-lhe que me fiz à coisa. Sabe tão bem como eu que aprecio um estilo bem terra à terra. Mas como a prova era cega e eu andava farto de elogios de amigos, parentes e afilhados, escrevinhei em 4 meses o livro e fiz-me à vida. Pensava cá como os meus botões, se a coisa der nas vistas às cegas, isso é sinal que ainda terei algum jeitinho prá coisa. Juro-lhe que não esperava ganhar, que nestas coisas o júri tem todo o direito de ter os seus gostos pessoais, mas tinha cá uma fezinha de que o raio do livro desse nas vistas e ainda, quem sabe, pudessem sobrar umas 25000 patacas e um publicação entre aquela gente, assim a modos de dizer, famosa.
    E não é que deu, bem deu um telefonema, blá blá, parabéns, vamos pensar numa edição especial para os finalistas, etc e tal. Para começar foram-se os 25000, nem para mim, nem para os outros, já dizia o júri que não mereciam essa distinção. Eles estão aí publicados, são 4 no total, contando como o meu, é ir ler e dar uma opinião se a diferença entre o Rastro do Jaguar e os outros era assim tão grande.
    Mas há uma coisa, meu amigo, estou plenamente de acordo consigo, aprende-se a acumular derrotas, mas também lhe digo que detesto que me lixem. E aqui entre nós, que isto já é uma conversa nossa, faltar à palavra não é de homens, no caso de mulheres, as empresas são feitas de gente e é isso que me incomoda.

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  5. Não pense o Carlos Maduro que tenho bom perder:
    "Destroçado pela derrota derramo minha amargura
    Pelos caminhos deste país que já foi de vinho e mel
    E a ela perdura, amarela e viscosa como fel,
    Tingindo cada rosto, cada figura,
    De lívida brancura"
    E então ver o meu Entre Cós e Alpedriz perder com isto!
    ""depois de um sono já tão longo, eis o primeiro voo. querido cavalo que voa. leão de ferro que se abre e pelo coração se alimenta. amor [?]: quantos elementos preenchem estes nossos corpos vácuos, cheios de líquido e beijos desencontrados? fogo que gela, madeira, terra… voa meu filho perdido… luz eterna a despedaçar-se.
    olho-te, cigarro ardendo, entre dedos ainda. tão felizmente. infantis. temos garras. unhas.
    ferro, bebo-te, anuncio-te. alongo o corpo até já não ter ossos, nem, músculos, nem pele que se arrepia.
    vento. tanto sopro. espírito de luz intensa. verbo: vens e és mel percorrendo as veias de um pressentido sentido conhecido possível sol. voa. voa, cavalo-cão-férreo; anis; carne de pedra que se poesia; mater nossa que estás na altura.
    depois de um sonho já tão longo, é o oriente que se dispara. seta e arco. chá. a seta disparada aproxima-se do alvo, ou, dispara-se o alvo. e é o alvo que se aproxima da seta.
    meu oriente onde dantes nascia o rei envolto em sete raios de cor. oriente. morto. pronto.
    meu ocidente hoje nasces lua, espadas que se concentram num ponto-corpo, num olhar-estelar. oferenda das mãos.
    quantos elementos preenchem estes nossos corpos vácuos, cheios de intenso éter?"
    frederico mira george, num mês de
    março de uma era invulgar.
    depois de cristo."
    Donde o meu post Punhetas a grilos. Ainda não tinha conseguido obter o excerto acima transcrito, ou teria sido ainda mais violento.
    Em resumo: tenho péssimo perder, mas bom ganhar. E vou concorrendo, sempre que tenho material a jeito, aos raros concursos que vão aparecendo. Pelo menos, vou concluindo trabalhos que, de outra forma, ficariam nas pastas à espera de vontade para os acabamentos finais. Sem ilusões, sem grandes esperanças, mas sempre com confiança e orgulho naquilo que submeto a concurso. Não querem? É o que perdem. Pior ficam.

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