Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



terça-feira, 16 de março de 2010

Menassés Ben Israel

     Menasseh foi baptizado com o nome de Manuel Dias Soeiro, filho de uma família de religião judaica portuguesa que foi obrigada a converter-se ao Cristianismo. Este judeu ilustre, que adoptaria a nome hebraico de Menasseh ben Israel, nasceu em 1604, na Madeira, tendo falecido em Middelburg, Países Baixos, em 20 de Novembro de 1657.
 Qualquer informação além desta correria o risco de se tornar incompleta, tal a importância deste intelectual, fundador da primeira impressora portuguesa em Amsterdão, líder religioso da comunidade judaica de Amsterdão e o fundador da comunidade judaica na Inglaterra. Os dados biográficos são abundantes, nomeadamente o círculo de amigos onde se movimentou. Desde o casamento com uma descendente do ilustre Isaac Abravanel, a amigo pessoal de Rembrandt, que lhe pintou um retrato; conhecido de Oliver Cromwell, é forçoso também acrescentar, amigo de um grupo restrito de portugueses lúcidos que então se movimentavam pelas cortes da Europa ao serviço de D. João IV e da afirmação da soberania portuguesa face a Castela. Destes destacam-se o Marquês de Nisa e o Pe António Vieira.
    Não foi propriamente objecto do romance "A corda de Judas" alicerçar questões de política económica, ambos os interlocutores teriam forçosamente falado sobre isso. Contudo, o objectivo último de Menassés e de Vieira teria sido forçosamente a grande questão religiosa. Essa é, na verdade, a centralidade da questão que ainda falta estudar mais aprofundadamente. A boa vontade de dois homens que procuravam de coração aberto uma proximidade entre religiões.
    A lição é actualíssima e é pena que estes exemplos continuem esquecidos ou apagados por ressentimentos que nada trazem de positivo à civilização humana. Este romance também petende ser uma justa homenagem a Menassés ben Israel, a Vieira e a todos aqueles que gostam de derrubar os muros.


Túmulo de Menasseh no cemitério israelita português de Beth Haim, nos arredores de Amsterdão

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