Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



domingo, 9 de janeiro de 2011

Os poetas e os nossos poetas

    Manuel Alegre sempre me fez eco nos ouvidos a partir daquele poema genial da ceifeira. Acho que, independentemente das ideologias partidárias de cada um, este nome recolheu sempre uma simpatia generalizada de todos nós, conscientes de que, um político político seria diferente dum político poeta ou, se quisermos, dum poeta político.
     Estaria longe de pensar que tão ilustre personagem, num belo dia, haveria de se cruzar no meu caminho a propósito de tão malfadado Prémio Leya. Sempre falei na primeira pessoa e este testemunho vale o que vale, mas também não quero que fique no anonimato. Os homens devem ser avaliados pelos seus ideais, mas devem sujeitar-se ao julgamento dos seus actos, com especial atenção para os mais simples e curriqueiros.
    Nesta cruzada individual pelo esclarecimento das dúvidas deste enevoado prémio, tomei a inicitiva de escrever através de e-mail aos ilustres membros do júri residentes em Portugal, no caso em questão: Manuel Alegre, Prof. José Carlos Seabra Pereira e Prof. Nuno Júdice.  Surpreendentemente, recebi de imediato resposta do Prof. Nuno Júdice. Fiquei-lhe imensamente grato por ter sido sensível à minha indignação e por ser este o único documento escrito de que disponho. Não lhe agradeci esta deferência como professor, mas como poeta. Ainda acredito nos meus poetas.
    Passo a citar integralmente o e-mail:

  
     Prezado Carlos Maduro

    Tenho de facto uma ideia do seu livro, e lembro-me de ter apreciado a sua leitura, mas tendo esse prémio sido atribuído já há muito tempo escapam-me pormenores concretos do que se passou. O que lhe posso dizer, e em 2009 sucedeu o mesmo, é que o júri, para além da obra premiada, tem sugerido para publicação algumas obras que lhe pareceram ter qualidade para isso - e terá sido isso o que sucedeu no dia do anúncio, o que não significa um compromisso em editá-las, coisa que só as editoras do grupo podem (ou não) fazer. Como sabe, para além de sermos autores da Dom Quixote, nem eu nem Manuel Alegre (como nenhum outro dos colegas do júri) temos qualquer responsabilidade na política editorial do grupo Leya, pelo que essa sugestão de publicação não é mais do que isso, cabendo de facto à editora (ou editoras) do grupo tomarem essa decisão. Julgo que isso sucedeu pelo menos num caso. Claro que lamento não ter tido já uma resposta, mas não lhe posso dizer mais do que isto, e julgo que faz bem em procurar alternativas de edição porque, tanto quanto me lembro, o livro merece ser publicado.

    Com os melhores cumprimentos
       Nuno Júdice

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