Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



sexta-feira, 21 de maio de 2010

A circuncisão

     O ritual da circuncisão é um momento particularmente curioso na acção deste romance, na medida em que permite uma construção da narrativa densa e cheia de simbolismo no encontro amoroso entre um cristão e uma judia. Enquanto momento fundamental na conversão ao Judaísmo (apesar de existirem grupos que já não o exigem), pretendeu-se dar-lhe um perspectiva de modernidade, sem que isso alterasse o horizonte último do respeito pelos rituais de cada religião.
     Na verdade, os órgãos sexuais tornam-se também eles num instrumento do sagrado em todos os momentos e ciclos da vida. A perspectiva judaica da sexualidade, profundamente ritualista, não tem, no final de contas, os tabus que os cristãos lhe foram atribuindo ao longo dos séculos. Sabemo-lo muito bem, esta visão dualista do bem e do mal, do mal associado à carne e do bem associado ao espírito, é uma herança grega, não foi uma herança judaica.

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