Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



quinta-feira, 2 de dezembro de 2010

A Guerra da Meseta

A Guerra da Meseta

Os olhos imaginam? Guerra da Meseta ou Guerra dos Setenta Anos? Porque esta guerra vem lá do fundo. Do fundo do tempo e do fundo de nós. E prolongar-se-á em outras guerras. De uma delas restará um capacete com buraco de bala por onde se espreita o Mundo. Espreita um menino, cego de um olho, mas muito, muito vigilante. O seu olhar convoca pessoas, coisas, emoções, fantasias. Um largo desfile. Pai, mãe, irmão, casa, escola, rua, igreja, bordel, bandeiras, jornal, cafés, estafetas a correr, tróleis, pombos que filmam do ar, Sala de Corte e Ablação, sala de interrogatórios, tenentes-censores, generais, o Ductor. Tudo isto num país entalado entre a gigantesca Barreira de betão, que o protege de um Mar permanentemente em fúria, e montanhas intransponíveis. A ironia e o lirismo de Artur Portela levam-nos a ver (e a reconhecer?) uma fantástica República da Istmânia. E a revisitar um general que enlouquece e sobe aos Céus para capturar Deus. Uma viagem no tempo e num espaço de geometria variável. Um romance dos cinco sentidos. Seis, porque os olhos são dois. Terrivelmente terno.

1 comentário:

  1. Não me move nada contra Artur Portela, li o livro e gostei muito sinceramente. Mas manda a verdade que diga a partir de que momento comecei a desconfiar da seriedade do Prémio Leya. Sensivelmente em Maio de 2009, já cansado de esperar pela resposta da Leya para a publicação deste Romance,"O Quinto Império do Mundo", contactei por telefone a editora Dulce Reis que, entre muitas coisas, me disse que a outra obra finalista tinha sido a Guerra da Meseta de Artur Portela.
    Para meu espanto, encontro a obra já publicada na D.Quixote sem qualquer referência a este facto. Tenho-o dito publicamente e nunca fui informado de que era falsa esta informação. Mas cá para os meus botões, percebi desde muito cedo que seria dado um tratamento diferente aos concorrentes, fossem da casa ou não.
    Ficou-me uma dúvida, a ser verdade, de quem foi a ideia de omitir este facto, do Artur Portela, que teve vergonha de ser finalista ou da Leya, que tinha desde início intenção de ignorar os finalistas que não tivessem interesse em termos comerciais.

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