Este Blogue não tem como finalidade apresentar um trabalho científico sobre o Judaísmo, a cabala ou o Quinto Império. Destina-se unicamente a servir de suporte ao entendimento generalizado das principais figuras deste romance e aos locais onde o mesmo se desenvolve.



quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Opinião sobre a Corda de Judas Iscariotes

      Porque faz bem ao ego, ao contrário do que diz este amigo que ainda não tive o prazer de conhecer pessoalmente; porque não lhe pedi autorizção para divulgar publicamente um e-mail pessoal, assino com anonimato de "Um leitor" e uma ou outra rasura pontual. 

      Fantástico! É o que posso dizer-lhe sobre "A corda..."... li-o em duas penadas, como se diz em português!
     Talvez não seja um livro fácil, isto é... transmite saber e conhecimento (o que eu aprendi! Caramba... e se gosto disso!) o que nem toda a gente aprecia, está preparada ou mesmo procura num livro, muitas vezes preferem rever-se nas angústias do herói e assim exorcizar as suas depressões, ou fazer uma leitura directa dos casos relatados sem qualquer ligação a coisa nenhuma, pelo vazio das suas mentes...
    É um livro erudito e para os amantes quer da boa literatura (gosto do seu estilo de escrita) quer dos grandes temas, e a ligação ao presente fazem dele uma trama actual e que se lê com gosto. Atrevo-me a dizer que já vi filmes com argumentos mais fracos... e que foram sucesso!
    A ligação com o Padre António Vieira e a sua visão globalizante é sublime! Confesso que a minha preferência vai toda para essa época, aliás muito bem interligada à acção na actualidade e ao estabelecer do laço entre o cristão-novo e o judaísmo [...].
    Olhe... põe o Olho de Herzog KO! Na minha sincera opinião de leitor... embora perca apenas pela grandiosidade e diversidade das descrições históricas para No Rasto do Jaguar, que muito sinceramente é uma das melhores obras que li ultimamente.
     Não consigo perceber de facto que ou quais reticências teriam feito hesitar na publicação? Talvez porque o meu amigo não se chame Rodrigues dos Santos? Ou Sousa Tavares? Tal livro, com a promoção (falo de esclarecimento!) adequada seria um romance muitíssimo importante para as nossas memórias e compreensão de tanta coisa... desde logo dos judeus, que são parte da nossa gente e de nós mesmos enquanto povo! Ignorá-lo é desconhecer e negar que somos afinal uma espécie de "cozido", onde se mistura tudo o que é sangue e povos do Mundo antigo inteiro! E basta percorrer com olhos abertos este pequeno país e ver as diferenças gritantes, físicas e culturais, entre a nossa gente, que são disso testemunho e fazem dele uma maravilha da diversidade.
    Isto que digo não se destina nem a aumentar-lhe o ego nem a ajudá-lo a carpir-se, já percebi que como Transmontano de gema é pouco dado a isso e nem precisa!
    Mas que é uma pena o seu livro não estar devidamente assinalado nas livrarias é um facto! Assim como do sublime pensamento desse homem que foi o Padre António Vieira, saber de onde possam ter-lhe vindo as suas idéias, e aquilo que nos falta descobrir sobre nós próprios, povo que se vem perdendo e esquecendo de si mesmo!
    Creio que a forma de se ir educando e tentando levar a água ao moinho dos que ainda pretendem continuar a ser povo, não por nacionalismos bacocos mas por identidade cultural que sentimos, é através da leitura e não de forma pesada, com tratados ou ensaios, mas aligeirando a história e contando-a através de histórias e romance, promovendo a curiosidade sobre temas e pessoas, mostrando que a ficção perde para a história no tocante ao maravilhoso e ao imaginário!
     Despertei já para vários assuntos que o seu livro me trouxe, desde o nome do meu amigo Manaças... ao "ladino", coisa que desconhecia totalmente! Estará ele ligado ao mirandês?
     Enfim, desculpe-me estar a roubar-lhe tanto tempo, mas o entusiasmo que senti com o seu livro me fez perder as estribeiras... perdoe-me!
     Com uma grande abraço e o bem-haja pelo que me proporcionou com a escrita do seu livro
     (Um leitor devidamente identificado)

4 comentários:

  1. Maravilhosa pena e quem assim descreveu o que, em «duas penadas», leu.

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  2. Essa foi boa Domingos.
    Agora não adianto mais nada, mas brevemente voltaremos a falar sobre a dita pena, é questão de alguns dias.

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  3. As comparações são odiosas,e por isso não as vou fazer,apenas digo que gostei e muito,é um género de que gosto particularmente,e por isso o meu grau de exigência foi maior,por opção leio poucos livros de autores novos e quando o faço,arrependo-me na maior parte das vezes,desta vez não,muito pelo contrario,fico á espera do próximo.

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  4. Esta resposta é particularmente importante para mim. Vinda de uma pessoa que não imagino minimamente quem seja, que assina debaixo dum nome tão romanesco. Deixa-me realmente vaidoso. Obrigado Isolda, quase que apetecia assinar Tristão.
    Mas como não fiquei triste, antes pelo contrário, muito contente, gostaria de lhe dizer que está na forja um outro, mas ainda não passou ao papel, ou ao word. Nem sei tão pouco se vai passar.
    O meu amigo José Marques da Fonte da Palavra diz-me que um autor se constrói assim, um empurrando o outro. Quem sabe, com mais alguns empurrões como este, que tão generosamente me deu, venha a decidir-me.
    Muito obrigado.

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